Em entrevista ao Olho Vivo desta sexta-feira, o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT) realizou uma avaliação sobre a 22ª Marcha dos Prefeitos em Brasília. Conforme o parlamentar, “foi um momento importante porque nos reunimos com prefeitos, secretários, vereadores na Marcha, a qual oportuniza questionamentos e reivindicações dos municípios ao governo federal”, destacou.
Segundo Pompeo, “os prefeitos estão angustiados pela falta de recursos, ainda por cima de que no Congresso existem muitas demandas que os prefeitos necessitam de que saiam do papel. Existe o incremento de 1% no Fundo de Participação dos Municípios que está pronto para ser votado desde a época da Dilma. E a Câmara precisa ter coragem e responsabilidade nas decisões, pois isso desafoga os municípios e significa um aumento real no ICMS de 4% a 5%. Não basta agradar os prefeitos com discursos, é preciso dar uma resposta”, ressaltou.
Acerca do debate sobre a Reforma da Previdência, Pompeo foi enfático: “Eu falei sobre esse tema na Marcha, e achei muito bom que os prefeitos tomaram consciência de seus efeitos. É preciso fazer alguma coisa, mas eu digo que ela (a Reforma) precisa ser analisada de maneira ‘fatiada’. Na previdência, temos o Regime Geral, que abrange a parcela pobre da população. E do valor de R$ 1 trilhão que o governo quer economizar na Reforma, R$ 900 milhões devem ser retirados do Regime Geral, ou seja: 90% do total. E como que você vai economizar 90% da Reforma em cima de quem ganha um salário mínimo? Não tem como aprovar essa parte. Podemos aprovar outros pontos, como o teto de R$ 5,8 mil para todos, inclusive juízes, delegados, ministros, dentre outros. Agora, não concordo da forma como está proposta porque se tirar 90% de R$ 1 trilhão de quem ganha um salário mínimo, vai acabar terminando de matar o povo trabalhador”. Segundo o parlamentar, esses pontos que acabaram por deixar em dúvida os prefeitos que estiveram na Marcha: “Os prefeitos tiraram o pé do acelerador porque viram que a coisa não é simples assim. Se querem tirar, então que tirem dos grandes que devem, como as grandes empresas, bancos, dentre outros, e não dos pequenos”, ressaltou.
Fonte: Emerson Scheis/Rádio São Luiz