A Rádio São Luiz entrevistou nesta terça-feira, 28, o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, o qual falou sobre questões como o processo de escolha dos novos coordenadores regionais de Educação, novas unidades de colégios Tiradentes no RS e a impossibilidade de reajustes salariais para o magistério em 2020.
COORDENADORES – Segundo o secretário, o processo seletivo para escolha dos novos coordenadores de CREs foi dilatado para que uma maior opção de nomes fosse apresentada: “Como alcançamos a meta de número mínimo de candidatos em apenas quatro municípios, estendemos o prazo para que quem se sentir habilitado faça a sua inscrição”. Sobre a situação da 32ª CRE, Faisal disse que “a coordenadoria está trabalhando dentro da normalidade, e enquanto não tivermos o novo coordenador definido, não teremos processos de grandes alterações neste primeiro momento”.
SITUAÇÃO DAS CRES – Conforme Faisal, “por questões de racionalização, estamos estudando a situação de cada Coordenadoria, seu quadro funcional e carga horaria. Por exemplo, em algumas CREs estamos eliminando o turno da noite pois entendemos que é um absurdo termos coordenadorias abertas à noite, gerando desperdício de profissionais que poderiam estar em sala de aula. Assim, buscamos ter uma realidade com uma carga efetiva e real para que no segundo semestre tenhamos novos ajustes do quadro funcional”, salientou o secretário, que enfatizou que, no momento, está descartada qualquer afirmação sobre fechamento de coordenadoria enquanto não ocorrer uma nova avaliação da estrutura de cada uma: “Falar sobre fechamento é muito delicado, e não vejo, como secretário, perspectivas para que isso aconteça”.
COLÉGIO TIRADENTES EM SÃO LUIZ – Questionado sobre a viabilidade de implantação de um colégio Tiradentes no município, o secretário destacou que “estaremos indo a Brasília nos próximos dias para tratar da possibilidade de aumentarmos o número de escolas Tiradentes no RS. A vontade do Governo Federal e do FNDE é de que se tenha mais escolas de perfil militar, e o Colégio Tiradentes não é uma escola militar, é uma escola mista. Mas independente disso, iremos levar o projeto para discutirmos com os gestores a possibilidade de aumentar esse número existente de educandários. E, se houver a possibilidade e tivermos aporte financeiro para tal, São Luiz Gonzaga deverá estar entre as cidades selecionadas”, destacou.
REAJUSTE DO MAGISTÉRIO – Sobre a insatisfação do magistério quanto à impossibilidade de reajustes salariais, Faisal enfatizou que “é uma pauta legítima e mais do que justa. E é inadmissível que um educador, um multiplicador de conhecimento, receba o que se recebe como salário básico no RS. Isso gera um grau de descontentamento dos professores e muitas vezes até de arrependimento por ter optado pela profissão de educador. O que a gente sempre coloca de forma clara é que o momento atual do governo é praticamente de um estado de calamidade financeira, e que hoje não temos como dar os 28% de reposição exigidos pela categoria”.
A respeito da reposição dada a outras categorias, como a membros do Judiciário, Tribunal de Contas, Procuradores, dentre outros, com reajuste previsto de mais de 16%, o secretário de Educação disse que “infelizmente é um poder à parte, com orçamento próprio e que eles mesmos gerenciam. Correto ou não, moral ou não, é outra discussão que tem de ser feita. A gente entende que no atual momento os professores e demais servidores públicos estão com seu poder de compra completamente achatado, com um Estado que não dispõe de recursos para reposição salarial. E enquanto não tivermos as reformas que o país precisa, com as pessoas gostando ou não, nós não teremos como dar uma reposição digna como o professor precisa”, finalizou Faisal.
Fonte: Emerson Scheis/Rádio São Luiz
Foto: Omar Freitas/Agência RBS