Polícia Civil conclui caso de delegado que matou cão com tiro em São Luiz Gonzaga sem indiciamento

Imagem mostra cachorro no pátio da casa, momentos antes de saltar para a rua — Foto: Câmera de segurança

 A polícia concluiu sem indiciamento a investigação sobre o caso do delegado que matou um cachorro com um tiro em São Luiz Gonzaga, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O episódio ocorreu no dia 22 de junho. De acordo com o delegado responsável pela apuração, Daniel Schmitz, da Corregedoria de Polícia Civil, não houve crime ambiental na morte do animal, e o disparo foi dado como forma de defesa.

“Não houve crueldade. Ele matou o cachorro por ‘estado de necessidade'”, diz o delegado. “Na narrativa toda que a gente colheu, a gente comprova que o cachorro avançou na direção dele [delegado que atirou]”, completa.

Com o caso dado como encerrado pela Polícia Civil, novos encaminhamentos poderão ser definidos pela Justiça. O delegado informou que a investigação foi encaminhada nesta quinta-feira (4) para o juizado especial em São Luiz Gonzaga.

Audiências poderão ser agendadas com as partes envolvidas, e novas diligências poderão ser solicitadas, por exemplo.

A polícia analisou um vídeo de uma câmera de segurança da rua onde o cachorro foi morto. Conforme o delegado Schmitz, é possível ver que o animal pula a cerca da casa. Uma árvore encobre parte da imagem, e o momento do disparo não aparece na gravação.

Durante a apuração, a polícia ouviu novamente a dona do cachorro. O delegado que atirou não foi chamado para novo depoimento.

“Fizemos uma análise do tiro no cachorro. Não há condições para enquadramento no crime ambiental”, reforçou o delegado Schmitz.

O autor do disparo é o delegado Afonso Stangherlin. Ele disse em entrevista ao G1 que estava com o cachorro de porte pequeno de sua filha, que estava sob os cuidados dele por um período, quando viu outro cão correndo em sua direção e atirou para se defender, porque ele “iria atacar”. “Não tinha o que fazer”, resumiu.

De acordo com a dona do cachorro, o animal era da raça labrador e tinha 15 anos de idade. Era manso e estava com problemas na coluna.

“Ele era extremamente dócil, um brincalhão, nunca atacou ninguém”, afirmou Katyusse Gabert.

Ela e a mãe estavam dentro de casa quando o disparo foi ouvido. Ao saírem para a rua, viram o cachorro morto.

FONTE: G1/RS