“Segunda sem carne” nas escolas: FARSUL defende a liberdade do consumidor e salienta viés ideológico do projeto

Contrária ao Projeto de Lei nº 17/2019 que visa instituir o programa “um dia sem carne” na rede pública de ensino do Estado, a Federação da Agricultura do RS – FARSUL, através do assessor da presidência da entidade, Luís Fernando Cavalheiro Pires, destacou os efeitos negativos que a referida proposta poderia acarretar em caso de sua aprovação.

Segundo Pires, “sou responsável por acompanhar a tramitação de projetos a nível estadual e federal justamente para evitar alguns absurdos que, no passado, já foram aprovados e se tornam mais difíceis de revogá-los, e esse Projeto de Lei é mais um caso desses”. Para o assessor da FARSUL, “esse projeto tem mais cunho ideológico do que qualquer outra coisa, e afeta não só o pecuarista em si, mas o suinocultor, piscicultor, ou seja, qualquer produtor de carne do RS, e atinge um setor que é tão importante para nossa economia, uma vez que o Brasil é o maior exportador de carne do mundo, produzindo para vários países do mundo. Além disso, não existe nenhuma comprovação científica de que a carne cause danos para a saúde humana, muito pelo contrário. Da mesma forma, quanto à questão ambiental, a carne produzida no RS é, em sua grande maioria, de pastagens, sem emissão de CO²”, explicou.

LIBERDADE DE ESCOLHA – Para Pires, outro ponto que virá a ser afetado com a legislação é a questão da liberdade do indivíduo, pois “no momento em que se coloca essa questão dentro da escola pública se impõe essa forma de enxergar o mundo às crianças, induzindo-as e afetando o poder de discernimento delas, sem o acordo de seus pais para evitar que esse tipo de inverdade possa chegar a nossas crianças”, ressaltou.

Segundo Pires, o Projeto encontra-se agora junto à Comissão de Constituição e Justiça, onde o relator, o deputado Sérgio Turra (Progressistas) já emitiu parecer contrário à legislação. “Sabemos que esse tipo de proposição se encontra em outros Estados também, e vamos seguir monitorando. A FARSUL entende que cabe ao consumidor escolher o tipo de comida que quer consumir, e não ao Estado ou o legislador decidir. Somos contra a ‘segunda sem carne’, a ‘terça sem cereais’, ‘a quarta sem frutas’ ou a ‘quinta sem vegetais’, por exemplo. Deixemos que as pessoas tenham a livre opção de escolha”, finalizou.

Fonte: Rádio São Luiz

Imagem: Divulgação