Monumento de Jayme Caetano Braun: 10 anos da grande homenagem de São Luiz Gonzaga a um de seus filhos mais ilustres
No último dia 10 de outubro foram completados 10 anos da implantação do monumento em homenagem ao pajador Jayme Caetano Braun, no local onde hoje abriga hoje o Complexo Turístico Cultural e a Secretaria Municipal de Turismo e Cultura. Para resgatar a história de como surgiu a iniciativa de se criar um monumento a um dos filhos mais ilustres de São Luiz Gonzaga, o escultor e idealizador da obra, Vinícius Ribeiro, destacou os fatores que foram determinantes para a concepção da estátua.
IDEIA QUE SURGIU NA VERGONHA – Segundo Ribeiro, “a ideia de um monumento surgiu quando fui inaugurar uma estátua em homenagem ao Jayme em Porto Alegre, em dezembro de 2006. Lá, conversando com o Paixão Côrtes, eu disse que era de São Luiz e ele me fez uma pergunta de historiador: ‘O que São Luiz está fazendo para homenagear o Jayme?’. Eu fiquei sem jeito mas disse que ‘estamos realizando algo grandioso’, mas na verdade, não havia nada, e a ideia surgiu na vergonha, levando em conta que São Luiz sempre menosprezou a figura de Jayme. Daí voltei e fiquei pensando no que poderia fazer, e fiz uma enquete em um evento do CTG no Dia do Pajador (30 de janeiro) na Praça da Matriz perguntando às pessoas sobre o tamanho que gostariam de ver um monumento ao Jayme, sendo escolhida a altura de 6m”.
COMISSÃO PELO MONUMENTO – Com a ideia concebida, Ribeiro decidiu que o melhor a fazer era montar uma comissão de entidades, vindo a reunir o CTG Galpão de Estância, a Casa do Poeta, o Atelier Los Libres e a Prefeitura, que ficou de construir apenas o pedestal da estátua: “Podemos afirmar que o monumento não custou nenhum centavo da Prefeitura. O prefeito na época concordou em construir o pedestal porque era pela cultura. Além disso, o município precisa cuidar das áreas essenciais, como saúde e educação, e é nosso dever, como sociedade civil, em trabalharmos pela cultura. Dessa forma, criamos certificados a colaboradores e patrocinadores, e tivemos um grande trabalho dos envolvidos com as entidades da Comissão, que trabalharam incansavelmente para arrecadar recursos. Da mesma forma, cito a importância do Jornal A NOTÍCIA na figura do Seu Iso, um incansável entusiasta do projeto que, a cada edição, publicava um texto novo chamando a comunidade a colaborar”.
Com o sucesso da campanha, Vinícius chamou seu irmão Cássius Ribeiro e seu cunhado Clênio Vilanova para auxiliar na obra: “Meu serviço eu doei, e pagava em torno de R$ 250,00 mensais para o Cássius e o Clênio, sendo um dinheiro simbólico. Assim, depois, para não atrapalhar eles nas atividades, fiquei sozinho na estátua, a qual ficou pronta em dois anos”.
A ESCOLHA DO LOCAL – O local onde o monumento iria ser instalado foi escolhido pelo próprio escultor: “Antes de 2007, o terreno em frente ao trevo era muito feio, tinha pneus e lixo. A ideia de colocar a estátua de Jayme em frente ao trevo era para chamar a atenção de quem passava pela rodovia e servir de chamariz para um futuro memorial, que tínhamos a intenção de implantar no centro da cidade. Hoje, no entanto, ele foi implantado junto à estrutura da Praça Jayme, e contém o acervo histórico do Pajador. Com a instalação da estátua, em 10 de outubro de 2009, nós provamos que ali tudo era possível, pois a arte une as pessoas. E, da mesma forma, São Luiz enfim fazia uma grande homenagem a um dos seus vultos mais importantes e reconhecidos nacionalmente”, finalizou Ribeiro.
Fonte: Emerson Scheis/Rádio São Luiz
Fotos: Larissa Dorneles e Arquivo pessoal de Vinícius Ribeiro