Na segunda semana de greve, presidente do 33° Núcleo do CPERS avalia a mobilização dos professores

Em entrevista o professor e coordenador do 33º Núcleo do CPERS/Sindicato, Joner Marchi, comentou sobre a greve do magistério e a mobilização ocorrida ontem, em Porto Alegre, onde uma comitiva de São Luiz Gonzaga se fez presente.

Conforme Joner, “entramos em mais uma semana em greve por conta desse pacote do governo do Estado que vem a achatar as condições de salário dos trabalhadores em Educação. Foi um movimento forte, com mais de 15 mil pessoas. A greve está tendo bastante adesão devido à situação do Magistério e porque as pessoas estão entendendo o impacto que esse pacote irá trazer para a Educação no RS. Assim, muitos colegas estão vindo  à luta. Mas não é só o salário; é a qualidade de educação, pois, no momento em que se congela investimentos, acaba desestimulando a capacidade dos educadores de buscar conhecimento”, salientou.

CONFLITO EM FRENTE AO PIRATINI – Sobre o tumulto ocorrido ontem, em frente ao Palácio Piratini, Joner explicou os motivos que levaram os ânimos a se acirrarem entre os manifestantes: “A gente fez uma reunião anterior à Assembleia com todos os delegados conselheiros, fizemos uma carta que seria entregue ao Governo após a Assembleia e, depois que terminamos, foi feito o pedido para o governo receber o comando de greve. Eles relutaram mas depois decidiram aceitar receber o comando. Só que em vez de mandar entrar no Palácio Piratini, o representante do governo foi até a calçada e recebeu a carta ali mesmo, e muitos colegas e alunos presentes se indignaram com a postura, acharam um desrespeito, vindo a  derrubar a grade. A nossa presidente estadual do CPERS entrou e os seguranças começaram a empurrá-la, com ela sendo agredida com golpe de cassetete na cabeça”, lamentou Joner.

A PROPOSTA – Sobre a proposta do Piratini, o presidente do 33° Núcleo é enfático: “Não podemos dar aval à corda no pescoço. Rechaçamos completamente esse pacote que não apresenta nenhum ganho, mas só retira direito e não tem projeção de aumento para oito anos. Queremos retirar essa proposta e apresentar outra em conjunto; não é simplesmente o Governo chegar e apresentar essa proposta que retira as poucas vantagens que temos. Tantos supersalários de R$ 50mil, R$ 70mil, e querem tirar dos professores que ganham até R$ 4mil?”

A GREVE CONTINUA – Sobre os próximos passos da greve, Joner explica que serão realizadas reuniões nas escolas, e, nesta quinta-feira, será feita uma “caminhada luminosa” em todo o Estado para chamar a atenção da sociedade para a mobilização: “Esperamos que a sociedade nos apoie, pois nenhuma sociedade se desenvolve se não houver investimento em Educação. A própria FAMURS entregou para o CPERS uma carta dando total apoio à greve dos professores, uma vez que os prefeitos reconhecem que a proposta do Governo do RS irá destruir o ensino público e o futuro do filho do trabalhador que não tem condições de pagar uma escola privada”, finalizou Joner.

Fonte: Rádio São Luiz

Foto: Kelvin Morais/Rádio São Luiz