Delegada alerta para a frequência de crimes envolvendo furto ou roubo de celulares

Em entrevista à Rádio São Luiz, a delegada titular da Delegacia de Polícia Civil de São Luiz Gonzaga, Elaine Maria Schons, abordou a questão da ocorrência de furtos e roubos de aparelhos celulares no município, delitos que estão sendo recorrentes nos últimos meses. Conforme Elaine, “acompanhando as notícias estaduais, vimos que o último latrocínio ocorrido em Porto Alegre foi por conta de um celular. E esse está sendo um assunto bastante debatido, pois às vezes não envolve objetos de grande valor: os crimes são cometidos contra pessoas que portam aparelhos dos mais simples aos mais caros, e isso nos preocupa muito”, explicou a delegada.

DIFICULDADES – Um dos empecilhos para a elucidação de crimes do tipo e da recuperação de aparelhos é a facilidade com que os criminosos desbloqueiam os aparelhos, os quais muitas vezes não podem ser rastreados: “Esperávamos que as operadores conseguissem inibir, dificultando o desbloqueio ou possibilitando o rastreio do celular pata facilitar sua recuperação. Temos o desejo de que um dia possamos ter um acesso semelhante ao que temos no caso de veículos, uma vez que cada aparelho celular tem o seu próprio número. Isso facilitaria, porque os aparelhos, quando furtados, geralmente são levados para outras cidades. Temos o sistema Celular Legal, mas percebemos que ele não é alimentado adequadamente e, muitas vezes, ao conseguir recuperar aparelhos furtados, temos grande dificuldades de chegar aos seus proprietários”, informou.

O ALERTA PARA O CRIME DE RECEPTAÇÃO – A autoridade policial alertou também para uma prática que vem se tornando comum hoje em dia: a comercialização de aparelhos furtados/roubados através das redes sociais ou em comércio irregular. Sobre isso, Elaine alertou para as consequências da prática, não somente para o criminoso que repassa o celular, mas também para a pessoa que compra o aparelho sem procedência, incorrendo em um delito: “Por ser um objeto de furto ou roubo, isso se caracteriza como receptação. Por isso, toda compra de um produto sem procedência pode fazer a pessoa incorrer em receptação, ainda mais quando há uma grande desproporção no valor ofertado ao valor real do aparelho. Para a receptação simples, que é quando se adquire o aparelho furtado/roubado na condição de consumidor, o autor responde na pena de furto simples (de 1 a 4 anos de reclusão). Já aquele que comercializa publicamente o produto oriundo de furto/roubo, a exemplo do Desapego ou Facebrique, ou assume uma posição mesmo que irregular ou informal, poderá responder ao crime de receptação qualificada, cuja pena é de 3 a 8 anos de reclusão.

ATENÇÃO REDOBRADA NAS RUAS – Elaine alertou às pessoas que costumam andar na rua com os olhos voltados para o celular a terem cuidado, pois é o momento de distração que os criminosos esperam para agir e roubar os aparelhos. “Muitos caminham na rua ou simplesmente atravessam a faixa de pedestres distraídos com os olhos no celular. São situações do dia-a-dia que constatamos com frequência e que causam preocupação, pois a ‘oportunidade faz o ladrão’”, destaca. Para a delegada, com a aproximação das festas de final de ano, o mercado de celulares é incrementado nessa época, e, por isso, é preciso redobrar a atenção: “Tivemos em São Luiz pelo menos seis casos em um curto período de tempo onde pessoas foram abordadas em via pública e submetidas a ação violenta para a subtração do celular”, explicou, destacando que, assim como o cuidado a ser tomado pelas pessoas, o investimento em sistema de videomonitoramento na cidade também facilitaria o trabalho da polícia no combate a esses delitos: “Buscamos sempre encontrar em câmeras que estejam gravando fatos que ocorrem em vias públicas visando facilitar a produção de prova, pois temos uma grande dificuldade quanto à prova testemunhal nesses casos, não só pelo receio das pessoas, como pela necessidade de repetição de procedimento, pois a pessoa acaba relatando o seu testemunho no inquérito policial e, mais tarde, novamente no processo criminal”, finalizou Elaine.

Fonte: Rádio São Luiz

Foto: Kelvin Morais/Rádio São Luiz