Engenheiro Agrônomo comenta sobre a suspensão do 2,4-D pela Secretaria da Agricultura do RS

Em entrevista ao programa Olho Vivo desta quinta-feira, 5, o agrônomo Marcos Pileco comentou sobre a normativa da Secretaria de Agricultura do RS que suspendeu o uso do defensivo agrícola 2,4-D no Estado até o dia 31 de dezembro.

Segundo Pileco, “no universo de consumidores desse produto, que usam em benefício de sua cultura, é muito pequeno os danos que aconteceram, mas são grandes para quem levou o prejuízo. Não defendo um lado nem outro, somente o uso correto, e muitas vezes sou criticado pela minha opinião”, destacou. Segundo ele, “existe a recomendação de aplicação e às vezes algumas pessoas não respeitam. Os agrônomos e técnicos fazem o receituário e orientam o produtor, com todas as informações para eles lerem. Mas agora, a partir de maio do ano que vem, vai ser obrigatório um curso para aplicação com validade de cinco anos em todo o RS”.

Sobre a suspensão do uso do 2,4-D, o agrônomo ressaltou que “enquanto persistir a greve dos fiscais agropecuários não vai ter o uso permitido, porque não existe a fiscalização do uso correto e seguro, apesar do agricultor já saber como aplicar. Os casos onde foram registrados os problemas com o produto foi justamente nas regiões onde é obrigatório o curso e as aplicações registradas, e por isso saliento que existem os maus profissionais, assim como em qualquer atividade. Na agricultura, existem condições adversas ao uso de algum produto químico, seja por condições climáticas que não são favoráveis ou por teimosia em usar num período que não pode ser usado. Ocorreram esses problemas e agora espero que as atitudes da Secretaria sejam suficientes para barrar esse uso incorreto”, salientou.

Sobre o defensivo suspenso, Pileco explicou que a aplicação do 2,4-D é recomendada em culturas que precisam ter bastante floração: “O uso correto dessa molécula é utilizado para induzir a floração. Com a suspensão do uso, existem produtos alternativos parecidos? A resposta é não. Infelizmente, essa molécula é muito importante para a agricultura. E num universo onde milhares de agricultores usam, aconteceu 193 casos irregulares comprovados no Estado, e foi justamente daquelas pessoas que não respeitam as normas, não respeitam os vizinhos e nem as condições de aplicação. Assim como existem os bons, existem também os maus profissionais que utilizaram o produto de forma incorreta. Por isso, existe esse comitê da Secretaria da Agricultura para analisar toda essa situação, e acho muito importante e louvável a atitude quando ocorrem essas situações”, destacou.

Fonte: Rádio São Luiz

Foto: Kelvin Morais/Rádio São Luiz