Dr. Luis Grings, coordenador dos plantões do Hospital São Luiz Gonzaga, presta esclarecimentos à comunidade


(Foto: Kelvin Morais/Rádio São Luiz)
O médico Luis Grings, coordenador dos plantões do Hospital São Luiz Gonzaga, esclareceu questões referentes ao atendimento na emergência da casa de saúde são-luizense e interagiu com os ouvintes durante entrevista nesta quarta-feira, 25. A manifestação, conforme o médico, foi motivada pelas severas críticas que estão sendo feitas nas redes sociais à forma como o serviço é prestado no local.
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Grings iniciou destacando que “ninguém sai sem atendimento do plantão”, que existe um protocolo internacional para definir prioridades na recepção e que a demanda, na maioria das vezes, é grande para apenas um médico. Ele comentou que as ESF’s têm profissionais atendendo, mas as pessoas preferem se dirigir ao hospital.
Ele enfatizou as dificuldades enfrentadas como pacientes alcoolizados, sob efeito de entorpecentes e que, em alguns casos, chegam a ameaçar a integridade física dos atendentes. Grings relatou ter passado por um episódio que só não resultou em agressão por conta da atuação do guarda.
Ele informou que são poucos os médicos que “fazem” plantão aos finais de semana. Natural de São Luiz Gonzaga apenas ele. Neste caso, o problema “não é nem financeiro”, mas a falta de médicos que aceitem assumir um desafio como este.
O médico plantonista atende todas as pessoas que chegam à emergência e ainda precisa cuidar dos cerca de 100/120 internados. “Se der um caso grave, uma parada cardíaca, alguém convulsionando, o médico responsável por aquele paciente que está internado será acionado, mas até chegar ao hospital, quem fará o atendimento é o plantonista”, comentou.
Grings também rebateu críticas de “que os médicos ficariam ao telefone enquanto pessoas aguardam para serem atendidas”, pois este uso do aparelho está relacionando com a atividade profissional. Um exemplo citado foi que às vezes há um paciente enfartando, que precisa de transferência, e cabe ao plantonista interagir com o médico que receberá aquela pessoa, passar o relatório, exames e, em alguns casos, até acionar a UTI Móvel. Grings acrescentou que há mais de um ano e meio, por conta da pandemia, está proibido chimarrão no hospital, o que torna infundados comentários de que as equipes “estão tomando mate e não atendem”.
Ele falou que está há mais de 30 anos atuando no plantão e que neste período o serviço nunca ficou descoberto. Sempre houve alguém para atender. Mesmo com a pandemia, quando três plantonistas ficaram doentes ao mesmo tempo, houve desdobramento de profissionais que deixaram sua clínica particular para atender na casa de saúde.
Quanto ao dinheiro de verbas e as alegações de que a casa de saúde recebe muitos recursos e sempre alega falta de dinheiro, Grings disse que há 30 anos houve uma administração que “não recolhia INSS, FGTS, o que gerou uma dívida enorme”. “Foram mais de 300 ações trabalhistas, um passivo enorme ao fisco”. Além dessa dívida, que todo mês leva R$ 210 mil dos cofres do hospital, há ainda uma renegociação com a RGE, de R$ 1,5 milhão, que é igualmente paga mensalmente. São duas grandes dívidas que consomem a maior parte dos recursos obtidos com emendas.
O hospital precisa pagar em dia para “não perder a negativa” e ficar sem poder receber recursos do governo.
Grings reconheceu que precisa humanizar ainda mais o atendimento e melhorar a comunicação interna. Que isso será feito por meio de capacitações assim que a pandemia permitir. Ele ainda deixou o número do seu telefone à disposição para eventuais reclamações: (55) 9 9961-4005. Assista ao vídeo da entrevista na íntegra (aqui)
Fonte: Rádio São Luiz