Começam as gravações do documentário “Buena Terra Missioneira” em Bossoroca

Produção será coordenada pela mesma equipe do documentário “Gumersindo Saraiva: A Última Batalha”

As gravações do documentário “Buena Terra Missioneira: terra, história e gente” tiveram início no final de janeiro, em Bossoroca. A produção conta com direção e roteiro de Ricardo Ritzel e produção-executiva de Marcos Fabrício, mesmos produtores do longa “Gumersindo Saraiva: A Última Batalha”. A previsão de lançamento do audiovisual é para agosto de 2024.

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O curta-metragem deve ter em torno de 15 a 20 minutos. A produção aborda toda a história do município de Bossoroca, bem como os pontos turísticos, aspectos econômicos e personagens marcantes. “É uma obra que está nos dando um bom problema, porque é tanta coisa que não sei se vai caber em 15, 20 minutos”, comenta Ricardo.

Neste mês de janeiro, foram feitos os primeiros contatos com os proprietários dos locais onde serão palco da obra. O audiovisual possui financiamento através da Lei Paulo Gustavo e será desenvolvido pela HD Produções de Porto Alegre. De acordo com Ricardo, o documentário vai contar com um acervo com músicas de diferentes artistas da música missioneira. “Resgatar essa história vai nos dar um prazer incrível. Estamos honrados de fazer esse trabalho”.

Na visão de Ricardo, a história do Rio Grande do Sul e das Missões possui capítulos pouco comentados e retratados, o que destaca a importância de produções audiovisuais que relembrem sua história. “A história das Missões é uma história incrível e que tem um legado muito grande, desde antes da chegada dos jesuítas, o período missioneiro, as revoluções, as definições de fronteiras, as personalidades e os vultos históricos que passaram pela região”, comenta o jornalista e diretor.

“Gumersindo Saraiva: A Última Batalha” será reexibido em municípios da região

Em entrevista concedida à Rádio São Luiz, Ricardo Ritzel comentou sobre o cronograma de exibições do longa que retrata a história do general da Revolução Federalista, Gumersindo Saraiva. De acordo com o jornalista, o filme deve ser reexibido neste primeiro semestre em cidades da região como São Borja, São Luiz Gonzaga e, possivelmente, Santo Ângelo.

“Gumersindo Saraiva: A Ùltima Batalha” foi lançado em 2022 e conta a história do general, a partir de uma cavalgada realizada em 2019 e que percorreu os 55 km que separam o lugar onde Gumersindo foi alvejado e morto, em Carovi, no município de Capão do Cipó, até o local onde seu corpo viria a ser enterrado, no Cemitério Capuchinhos de Santo Antônio, em Itacurubi.

A produção contou com entrevistas e cenas gravadas em municípios da região das Missões, além de Santiago e Santa Maria. Além disso, contou com cenas de ficção interpretadas pela atriz Vera Mesquita, que fez o papel de Polinária Cardoso de Sousa, proprietária da Estância Velha, em Itacurubi, e uma missioneira que enfrentou a temida tropa legalista chamada de Divisão do Norte.

O documentário estreou na Mostra Internacional do Santa Maria Video Cinema, em 2022. Desde então, já foi exibido em diferentes cidades gaúchas e também na Argentina, durante o Guácaras Festival Internacional de Cine, na província de Corrientes, e no Uruguai, durante o Festival Internacional de Cine e Documental de Montevidéu.

De acordo com o diretor, Ricardo Ritzel, o curta ajuda a retratar outras versões da Revolução Federalista, além da oficial dos legalistas. “É uma história muito pouco contada e, quando é contada, é cheia de lendas, de mitos. E o que nós buscamos é desmistificar essa história, é trazer à tona um personagem tão rico, tão importante como o Gumensindo Saraiva e a própria visão dos maragatos durante a Revolução”, explica.

A expectativa do jornalista é que produções como estas, tanto a sobre Gumersindo, como a história de Bossoroca possam trazer novas razões para que as pessoas visitem a região das Missões e conheçam a região.

Livro aborda o protagonismo das Missões na formação da cultura gaúcha

Além dos audiovisuais, Ricardo Ritzel é autor do livro “As Cinco Tumbas de Gumercindo Saraiva e Outras Histórias de Guerras Gaúchas”. A obra, que está na quarta edição, é fruto de uma pesquisa histórica que busca mostrar os detalhes da formação da cultura gaúcha, principalmente, dando ênfase no protagonismo da região das Missões.

A intenção do autor é lançar em maio outra obra semelhante que relaciona a cultura missioneira e sua presença em outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e Paraguai. “Talvez seja a região que mais contribuiu para a formação desse tecido social que nós chamamos de cultura gaúcha hoje. E ela não é só Riograndense, ela é uma cultura, conforme dizia o nosso governador Olívio Dutra, que se espraiou pelo todo o Uruguai, pelo norte da Argentina, chegou ao sul do Paraguai, até mesmo no Chile, é uma cultura forte que resiste até hoje”, explica o jornalista.

Fonte: Rádio São Luiz