Combate ao alcoolismo envolve mudança de hábitos e redes de apoio, destaca psicólogo

O combate ao alcoolismo envolve mudanças de hábitos, o entendimento do problema como algo sério e a criação de redes de apoio. É isso que comenta o psicólogo, Dieison Soares em entrevista à Rádio São Luiz FM 100.9 na manhã desta terça-feira, 20, sobre o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, data celebrada no último domingo, dia 18 de fevereiro.

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Na entrevista, Dieison explicou os sinais que podem ser observados para identificar pessoas que podem estar enfrentando o alcoolismo. “Existe um nível de tabu, porque a sociedade é mais permissiva quando se fala do uso de álcool”, afirma. O aumento excessivo no uso pode gerar problemas e conflitos nas relações familiares e sociais.

Fatores genéticos e também externos, como ambientes de violência, podem potencializar a doença. Dieson também relaciona o aumento dos casos entre jovens, que podem sofrer ainda mais com os efeitos do alcoolismo. “Qualquer pessoa que consuma álcool está assumindo um risco maior de desenvolver um problema de saúde, do que quem não consome”, salienta.

Segundo o psicólogo, existe uma fronteira próxima entre o consumo social e o abuso. “Temos essa cultura do alcoolismo que conta como vantagem, como se fosse algo divertido, mas estamos falando de um problema seríssimo”, acrescenta. De acordo com ele, são gastos cerca de R$100 milhões em recursos do SUS com problemas relacionados ao consumo do álcool.

O especialista descreveu o trabalho desenvolvido no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS AD) de São Luiz Gonzaga e as estratégias utilizadas para trabalhar a questão psicológica do alcoolismo. A mudança de hábitos é o ponto mais complexo do tratamento, uma vez que, o ato de beber está associado a um prazer da vida. “É um problema multifatorial. É muito difícil não ter recaídas, nós que trabalhamos no CAPS AD vemos isso”, esclarece Dieson, o apoio dos familiares é um dos pontos essencial nesse processo.

Os estereótipos associados ao problema dificultam o trabalho dos profissionais de saúde e o enfrentamento do alcoolismo. “As relações familiares tanto podem contribuir para o bem, como para o mal, por isso temos grupos familiares aqui (no CAPS AD)”, complementa. Os encontros ajudam, justamente, para criar uma rede de apoio que colabora na combate à doença.

Fonte: Rádio São Luiz