34° edição do Fórum Nacional da Soja tem painéis sobre futuro da safra e biocombustíveis

Nesta terça-feira, 5 de março, foi realizada a 34ª edição do Fórum Nacional da Soja. O evento fez parte da programação da Expodireto Cotrijal de Não-me-toque (RS). O evento, organizado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e pela Cotrijal, contou com a participação de diferentes palestrantes e painelistas que abordaram diferentes temas ligados à produção agrícolas e às expectativas para a safra deste ano.

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Presidente da FecoAgro, Paulo Pires, ressaltou o destaque das cooperativas e parceiros na abertura do Fórum. “Incentivamos a participação de dirigentes, gerentes comerciais e conselheiros, o que para nós é motivo de orgulho,” destacou o também presidente da Coopatrigo. Pires acrescentou que o evento ocorre mediante expectativa de uma boa safra, apesar de algumas projeções que indicam o contrário.

Primeiro painelista do encontro, o engenheiro agrônomo André Pessôa palestrou sobre “Cenários Agroconsult para os Mercados de Soja e Milho – Safra 2023/2024”. O consultor apresentou dados sobre os impactos do clima na quebra da safra em alguns estados brasileiros. “Ao todo, no Brasil, já perdemos em torno de 17 milhões de toneladas de soja esse ano. Felizmente algumas regiões estão indo bem, como é o caso do Rio Grande do Sul, que depois de dois anos difíceis terá uma safra muito boa”, afirmou o engenheiro agrônomo.

A expectativa é de que a produção alcance pelo menos 21,5 milhões de toneladas. A ferrugem, no entanto, é um motivo de preocupação, assim como os preços internacionais. “Nós vendemos muito pouco no Brasil este ano, tem apenas 35% da soja que será colhida no país vendida até agora e, no caso do Rio Grande do Sul, é menos de 15%”, argumentou André. A boa safra da Argentina também deve ajudar a recuperar os estoques internacionais, o que eleva a produção em comparação com o consumo, o que diminui os preços.

Ainda segundo o engenheiro, pela primeira vez desde 2006, o Brasil terá retração de área plantada de soja na próxima safra e que será fundamental, nos próximos meses, garantir o adequado funcionamento do mercado de crédito.

Biocombustíveis e sustentabilidade

Segundo painelista do Fórum Nacional da Soja 2024, o empresário Erasmo Carlos Battistella abordou o tema “Biocombustíveis e energia renovável no cenário atual e perspectivas”. Segundo ele, a produção de energia renovável de diferentes formas é essencial para o futuro da produção. Batistella ponderou, ainda, que os produtores do agronegócio deverão se organizar para atender a novas demandas por biocombustíveis, tanto no Brasil quanto no exterior.

Batistella também ressaltou a importância de regulamentação para o mercado de carbono no país. “Nós vamos precisar ter as certificações para atender alguns mercados. Estamos exportando biodiesel há 11 anos para a Europa e, no ano passado, conseguimos fazer a primeira exportação de grandes volumes para os Estados Unidos, e isso só aconteceu porque nós conseguimos certificar as unidades industriais e parte da matéria prima”, ressaltou. Batistella acrescentou que esta é uma atender mercados com biocombustíveis é outra oportunidade para o agronegócio brasileiro.

Fonte: Rádio São Luiz com informações da FecoAgro RS