Audiência Pública debate morte de recém-nascida e dificuldades do Hospital São Luiz Gonzaga

18 de março de 2024 | Kelvin Morais

Fotos: Alcides Figueiredo/Rádio São Luiz

Prefeito negou qualquer possibilidade de se fechar o plantão ou a obstetrícia

Na manhã desta segunda-feira, 18, ocorreu uma audiência pública no plenário da Câmara de Vereadores de São Luiz Gonzaga, com o objetivo de abordar a morte de uma recém-nascida no Hospital São Luiz Gonzaga, um caso que está sob investigação da Polícia Civil para determinar se houve negligência. O encontro contou com a presença do prefeito municipal, promotor público, defensoras públicas, vereadores, diretores e interventor do Hospital São Luiz Gonzaga, além de outras autoridades, comunidade e líderes de entidades e associações.

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Foram, ao todo, cerca de três horas e meia de reunião, com diferentes pessoas se manifestando a respeito do caso, em uma discussão que se ampliou para a atual realidade da casa de saúde, que enfrenta muitas dificuldades e também críticas da população. Pontos destacados pelos gestores do hospital incluíram a sobrecarga do plantão, a necessidade de maior apoio regional dos municípios atendidos, problemas estruturais, preocupações com a segurança dos funcionários e até mesmo a possibilidade discutida de fechar a obstetrícia por falta de médicos e condições, uma ideia posteriormente rebatida pelo prefeito.

Além disso, foram abordadas questões como a falta de empatia no atendimento, a necessidade de melhorias nas Estratégias de Saúde da Família (ESFs) para aliviar a demanda no hospital, a capacitação profissional de alguns servidores da casa de saúde que estariam ocupando vagas por indicação política, o estado de equipamentos e a frequente intervenção da Defensoria Pública para garantir os direitos dos pacientes, entre outros temas.

Representantes da família da recém-nascida também se manifestaram, questionando o tempo decorrido entre a ruptura da bolsa da mãe e a decisão de realizar uma cesárea. “Não me parece razoável, não me parece estatística e não me parece fatalidade”, disse o interlocutor, que ainda relatou que o Hospital São Luiz Gonzaga teria solicitado ao pai da criança que providenciasse uma UTI.

Ao término da reunião, a vereadora Ana Barros, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, enfatizou a continuidade do debate sobre os erros apontados, destacando a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

O prefeito Sidney Brondani também fez sua manifestação, rejeitando generalizações nos casos e enfatizando a necessidade de investigar e responsabilizar, se for o caso. Ele negou a intenção da gestão municipal de encerrar serviços como o plantão ou obstetrícia e sugeriu investimentos no hospital, incluindo a possível contratação de um psicólogo ou assistente social para melhorar o atendimento e o acolhimento na casa de saúde.

Fonte: Rádio São Luiz