Presidente da CPI do Hospital afirma que há contradições nos depoimentos
A vereadora Ana Barros, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Hospital São Luiz Gonzaga, participou do programa Olho Vivo desta quarta-feira, 10, para falar sobre o andamento das oitivas. Até agora, foram ouvidos cinco depoentes sobre o caso da recém-nascida, falecida no dia 12 de março, sendo eles o diretor clínico, doutor Luís Grings, o prefeito Sidney Brondani, o interventor Jeferson Gomes de Oliveira e a mãe e o pai da menina, estes dois últimos ouvidos ontem, 9.
Receba nossas notícias pelo WhatsApp
Ana Barros disse que já foi possível observar contradições nos depoimentos e que a comissão aguarda a documentação solicitada ao hospital para confrontar as informações.
Sobre o depoimentos dos pais, a presidente disse que eles relataram que procuraram o hospital na sexta-feira, 8 de março, com 40 semanas de gestação, perda de líquido e sangramento. Neste primeiro atendimento, a mãe foi orientada a retornar para casa. No sábado, 9, ela teria retornado outras duas vezes, mas a orientação foi a mesma. No domingo, 10, teria ocorrido o rompimento definitivo da bolsa e o pai exigiu que a mulher fosse internada. A cesárea então teria sido realizada na terça-feira, 12, mas a recém-nascida já teria aspirado mecônio e teve pouco tempo de vida fora do útero. A mãe, segundo Ana, está muito abalada, com sequelas físicas e psicológocas.
A presidente comentou que o objetivo da CPI também é melhorar a imagem do hospital, esclarecendo o que ocorreu. Por esse motivo, as oitivas são transmitidas pela página da Câmara no Facebook. Também citou a luta por destinação de recursos para a casa de saúde desde 2018, com objetivo de implantar a UTI, reforçando o comprometimento com a entidade.
Os próximos a serem ouvidos pela CPI serão a secretária de Saúde, Clari Ramborger, e o diretor técnico do hospital, doutor Fernando Cavalheiro. Os depoimentos estão marcados para esta quinta-feira, 11. Na semana seguinte, serão ouvidos os funcionários que atenderam a paciente.
O prazo para conclusão da CPI é de 120 dias, podendo ser prorrogado por mais 60. Ana disse que espera colaboração do hospital para entrega dos prontuários, relatório de todos os funcionários que atenderam a mulher, bem como o relatório de todos os nascimentos e óbitos no centro obstétrico desde 2022. Ela questionou a demora e lembrou que a CPI tem poder de polícia, e que quer evitar qualquer constrangimento ao ter que exigir essa documentação via judicial.
Fonte: Rádio São Luiz