Caibaté recebe Seminário Internacional das Missões com foco em história, educação e turismo
O município de Caibaté recebeu nesta quarta e quinta-feira, 24 e 25 de abril, a quinta edição do Seminário Internacional de História, Educação e Turismo da Região das Missões. O evento reuniu cerca de 400 pessoas ao longo dos dois dias de palestras, apresentações artísticas, mostra de artesanato e lançamento de livros. Além disso, o encontro teve a participação de visitantes da Argentina e Paraguai.
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De acordo com a secretária de Educação, Cultura e Turismo, Marlei Leal Welter, o seminário atendeu as expectativas da organização, com a presença de pessoas de diversos lugares. “Os nossos palestrantes com assuntos muito interessantes e que prenderam a atenção de quem esteve aqui”, destacou a secretária. Nesta edição, o tema escolhido foi “Arte, Cultura e Turismo”.
Sobre o objetivo do evento, Marlei descreveu o potencial turístico dos municípios da região. “O Seminário Internacional é uma oportunidade de adquirir conhecimentos, não só para nós, mas todos que vem aqui aprender a nossa história missioneira, indígena Guarani, para poder valorizar essa história”, complementou. Entre os temas discutidos estiveram o geoturismo, patrimônio histórico, identidade cultural e a arte missioneira.
Professor e historiador, Sergio Venturini foi um dos idealizadores do seminário, que teve sua primeira edição em 2017. Segundo ele, o encontro colabora para o desenvolvimento do turismo da região, inclusive através da Trilha dos Santos Mártires, criada por Sergio, e uma das entidades promotoras do evento.
Com detalhes sobre a história da trilha, foi lançado o livro “Mais que Uma Aventura”, escrito por Alberto Wendt. Venturini celebrou essas realização e atividades promovidas pelo projeto e a intenção de dar continuidade às caminhadas, tanto a pé, a cavalo e de bicicleta. No seminário, Venturini também lançou um livro seu: “Caaró: História e Fé nas Missões”, tema também de sua palestra. “Esses livros deveriam chegar nas famílias missioneira para conhecerem a história do que aconteceu aqui”, afirmou o professor.
Outro dos idealizadores do seminário, o docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Júlio Ricardo Quevedo manifestou a alegria com a continuidade do projeto, inicialmente pensado como um curso de formação e que depois se tornou um evento regional e internacional. Em 2026, está prevista a realização da sexta edição no ano em que se comemoram os 400 anos da chegada dos jesuítas na região.
“A ideia é fazer uma reflexão sobre a riqueza do passado histórico da região, e contribuir para os professores, escolas e gestores”, explicou Quevedo, doutor em História. Na entrevista, ele ressaltou a importância dos municípios da região terem abraçado o projeto, tanto em Caibaté, como nas demais cidades que enviam representantes para o encontro.
Turismo e tapete sensorial do padre Roque Gonzales
Em relação ao turismo, o professor comentou sobre a possibilidade de discutir com a comunidade o futuro do setor e alternativas para valorizar diferentes aspectos da história e arte que podem ser explorados para o turismo. “O nosso seminário não tem só professores, alunos e alunas, mas turistas que aproveitaram o momento para visitar a região: tem advogado, médico, juiz, dona de casa, artesã, todo mundo acreditando que o seminário pode apontar um futuro para a região”, finalizou Júlio Quevedo.
Um dos participantes internacionais do evento, o artista paraguaio José Quevedo explicou detalhes sobre a produção do tapete sensorial inspirado no padre Roque Gonzales. A obra busca proporcionar uma experiência sensorial com os cinco sentidos. “Trouxemos elementos do tapete, matrizes para o que pessoal sinta e dimensione o tamanho, pois ele tem 6 metros e meio de altura e 4 de largura”. Erva mate e a terra e água do Caaró também foram usados na criação do tapete, que fica em Encarnación, no Paraguai.
José Quevedo, junto da também artista visual Liliana Sykora e da coordenadora Câmara Turística Paraguaia das Missões apresentaram imagens e os materiais utilizados na obra. “Esse tapete foi pensado para ser itinerante. Nesse seminário, temos a possibilidade de ter o contato com diferentes pessoas para mostrar o tapete e levar para outros lugares”, descreveu o artista. A ideia é que o tapete sensorial seja trazido para Caibaté em breve.
Fonte: Rádio São Luiz