Desafios e perspectivas do agronegócio na região: Marcondes Picoli analisa o cenário atual

Foto: Rede Social Marcondes Picoli

A produção agrícola na região tem sido impactada por desafios climáticos e econômicos, exigindo planejamento estratégico por parte dos produtores. O ciclo atual apresentou variações significativas, com uma boa safra de milho contrastando com dificuldades enfrentadas na cultura da soja devido às condições adversas do clima.

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O milho obteve um bom desempenho safra, diferentemente do ano anterior, quando as perdas foram elevadas em função do excesso de chuvas. O clima mais equilibrado garantiu produtividade satisfatória, mesmo em áreas sem segurança. No entanto, a partir do final de dezembro, o aumento das temperaturas e a redução da umidade só prejudicaram o desenvolvimento da soja, agravado pela ausência de chuvas previstas para janeiro.

A situação da soja pode ser avaliada em três períodos diferentes. Os trabalhos plantados entre outubro e início de novembro foram os mais afetados, com perdas irreversíveis em algumas áreas, dependendo da cultivar utilizada. Já aquelas semanas entre meados e o final de novembro ainda apresentam alguma capacidade de recuperação, desde que as condições sejam climáticas severas nas próximas semanas. As plantações realizadas em dezembro têm potencial de resposta caso ocorram chuvas regulares.

Apesar do impacto sobre a soja, a colheita de milho trouxe um lucro para a economia local. O volume produzido superou as expectativas e contribuiu para amenizar as dificuldades do setor. Entretanto, para garantir um equilíbrio financeiro aos produtores, a combinação de boas safras de milho e soja é essencial. Os últimos anos foram marcados por oscilações climáticas extremas, com períodos de estiagem severos e excesso de chuvas, resultando em desafios constantes para a estabilidade da produção agrícola.

Outro fator relevante para o setor é a disponibilidade de crédito. Embora o plano safra tenha sido anunciado com recursos recordes, muitos produtores não conseguiram acessá-lo. Além disso, as taxas de juros elevadas aumentam o custo de financiamento e dificultam os investimentos em tecnologia e infraestrutura. O crédito rural é um instrumento essencial para o agronegócio, e a dificuldade em obtê-lo pode comprometer a capacidade produtiva e a recuperação dos produtores diante das adversidades climáticas.

A questão fundiária também influencia o setor. Os custos de locação subiram nos últimos anos, impulsionados por momentos de alta nas commodities. Contudo, em um cenário de margens reduzidas, os produtores que dependem do aluguel de terras enfrentam dificuldades adicionais para manter as perspectivas econômicas de suas atividades.

Diante dessas incertezas, a ampliação da supervisão é uma alternativa estratégica para reduzir os impactos climáticos. A região já se destaca pela produção de milho, contando com aproximadamente 20 mil hectares irrigados. O investimento nessa tecnologia poderia garantir maior estabilidade à produtividade agrícola e fortalecer a economia local no médio e longo prazo.

A recuperação das atividades não dependerá apenas das chuvas, mas também dos cuidados adotados pelos produtores no manejo da cultura, incluindo controle de práticas e doenças. Algumas áreas já apresentam perdas irreversíveis, enquanto outras ainda possuem chances de recuperação parcial.

O agronegócio enfrenta um cenário desafiador que exige planejamento e ações estruturadas. O acesso ao crédito mais acessível, a ampliação de tecnologias de flexibilidade e a implementação de políticas de suporte ao setor são fundamentais para garantir a sustentabilidade da produção agrícola. A resiliência dos produtores e a adoção de estratégias eficientes serão determinantes para a recuperação e a manutenção da competitividade do agronegócio na região.

Fonte: Rádio São Luiz