Cachorro é morto por disparo de arma de fogo em São Luiz Gonzaga

Foi registrado na manhã deste sábado, 22, boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia por conta da morte de um cachorro em frente a uma residência na Rua Gen. Lima por disparo de arma de fogo. A reportagem da Rádio São Luiz foi contatada pelo vereador Laureano Castilho que estava presente no local juntamente com as donas do animal. Conforme a ocorrência, um cachorro da raça labrador de cor preta foi baleado pelo delegado de polícia Afonso Stangherlin, quando este transitava com um cachorro de pequeno porte em frente a uma residência em que estaria o cachorro labrador.

Segundo o vereador Laureano, “é lamentável. A dona disse que o cachorro não fazia mal a ninguém, e um delegado atirar na frente de uma casa de pessoas, eu repudio. Imagino as pessoas pensando no delegado regional matar um cachorro doente, atirando na frente das casas, e depois ele dizer que podia atirar porque era o delegado. Eu faço serviço voluntário pela causa animal e pra mim isso foi covardia. Eu repudio uma ação dessas. Os vizinhos viram quando ele atirou, guardou o revólver e foi embora. Não pode ficar assim. Ela (a dona do animal) já fez B.O. e encontrou ele (o delegado) na delegacia, que inclusive mandou ela tirar o cachorro da rua”.

A Rádio São Luiz também ouviu o delegado Stangherlin para sua versão do ocorrido. Conforme a autoridade policial, “antes de efetuar juízo de valor, o vereador deveria conhecer a verdade de ambos os lados. Quem me conhece sabe que não sou dado a fazer arruaças nem sair pela rua de uma forma não condizente com o cargo. O fato é que hoje, por volta das 10h30min, estava passeando com um cachorro de pequeno porte da minha filha, que está aos meus cuidados. Saí de casa para almoçar como faço todos os sábados com o cachorro devidamente preso, passei pela Rua Gen. Lima e estava indo até uma lixeira com um saquinho para jogar no lixo. Na volta, estava com um saco de ração em uma das mãos e a guia na outra, quando vi do outro lado da rua um cão preto num gramado de uma casa. A princípio, achei ser um pastor alemão pelo porte. Ele saltou uma cerca de um metro de altura e veio agachado, e só vi aquele vulto preto nas minhas pernas. Aí saquei a arma e dei um tiro. Atravessei a rua, gritei para alguém da casa e avistei a moradora, me identifiquei e expliquei a situação. Aí ela começou a me dizer que eu era delegado e que fazia o que eu queria, e quando vi que os ânimos estavam começando a ficar exaltados, falei para registrar ocorrência. Diziam que o cão era manso, mas eu efetuei um disparo com o cão em meus pés, que tinha atravessado a rua para o ataque. Se o vereador está querendo a defesa de um animal mesmo em detrimento de uma vida humana, acho que ele está errado. Devemos preservar todas as vidas, mas a vida humana é mais importante”, declarou o delegado.

Neste domingo, a dona do cachorro Katyusse Gabert, falou à reportagem da Rádio São Luiz falou sobre o resultado de necrópsia realizada no animal, na qual foi retirado o projétil disparado. Segundo ela, a perícia constatou que a bala entrou pelas costas do cachorro, o que, para ela, contesta a versão do delegado: “Se tivesse atacado o delegado, a bala teria entrado pelo peito, mas entrou pelas costas, perfurando os pulmões e causando hemorragia interna”. Ainda segundo a dona do cachorro, que se chamava Marley, testemunhas o teriam visto indo em direção ao delegado e que, ao chegar perto, foi cheirar a cadelinha que estava com Stangherlin, quando teriam visto o delegado dizendo “não pula”, quando em seguida teria sacado a arma e efetuado o disparo.

Fonte: Rádio São Luiz