Alunos e professores lotam plenário da Câmara de Vereadores em defesa da classe educadora

Ato ocorreu ontem (29), durante sessão na câmara. (Fotos: Róbson Gomes/Rádio São Luiz).

Com cartazes de manifesto, professores e alunos da rede estadual de ensino lotaram a sessão da Câmara de Vereadores de São Luiz Gonzaga realizada ontem (29). Com frases como “trabalhamos com amor, mas não vamos abrir mão de nossa dignidade”, ou então “a educação pública não suporta”, o ato teve como objetivo buscar apoio dos legisladores contra o projeto do governador do Estado, Eduardo Leite, que prevê a alteração do plano de carreira do magistério.

Na oportunidade, fez uso da tribuna popular a diretora da escola Rui Borbosa, Eliane Ribas de Brum. Após discursar, afirmou em entrevista a Rádio São Luiz que o ato foi motivado no sentido de solicitar apoio dos vereadores locais. “Cada vereador tem vínculos com deputados gaúchos. Buscamos a ajuda deles para que solicitem a esses deputados que não aprovem o projeto do governador”, disse.

A professora afirma que se aprovado, o projeto tirará o pouco do que ainda lhes constituem direitos. “Já temos um salário de miserabilidade e se não determos esse projeto, a situação ficará cada vez mais difícil para o professor”, declarou. Ela ressaltou que há cinco anos que a classe está sem reajuste salarial, bem como, mais de 40 meses com salário parcelado. “Mesmo assim continuamos com nosso trabalho. Acima de profissionais, somo educadores. Vamos continuar com as atividades escolares para que os alunos não sejam prejudicados”, disse.

Alunos também fizeram uso da tribuna, em discursos que denotavam criticidade sobre o assunto e que apelavam para o auxílio dos vereadores. Para Eliane, a classe está ameaçada, assim como a educação. “Se olharmos o número de alunos que ingressam na área da educação, veremos que a procura é baixa. Se aprovado o pacote, esse número será ainda menor. A educação no Rio Grande do Sul está comprometida”, declarou.

O presidente do 33º Núcleo do Cpers – São Luiz Gonzaga, Joner Marchi, destacou que assim que o projeto que altera o plano de carreira do magistério for protocolado, a categoria será comunicada sobre a deflagração de greve. De acordo com ele, em até 72h depois do projeto ser protocolados, a categoria deverá entrar em greve por tempo indeterminado na tentativa de barrar a aprovação do mesmo.

Ele elenca que para os professores, as principais alterações que representam prejuízos são:
– Fim do plano de carreira;
– Reajuste zero por tempo indeterminado;
– As gratificações passam a integrar o básico do nível de acordo com a classe correspondente;
– Fim das vantagens temporais (triênios, quinquênios e avanços);
– Difícil acesso apenas para escola do campo;
– Fim do abono de falta para participação em movimentos sindicais ;
– Redução ou extinção do abono permanência;
– Fim de convocações e substituição por contratos; entre outros.

Para Joner, as medidas representam a desvalorização da classe. “Se aprovado, o governador extermina com a educação pública. Este é um caminho de sucateamento”, concluiu.

Por Róbson Gomes/Rádio São Luiz