Setembro Amarelo: Psicólogo fala sobre saúde mental e prevenção ao suicídio
Falar sobre o tema “é das coisas mais importantes” quando o assunto é suicídio
No próximo dia 10 de setembro transcorre o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil, desde 2015, uma campanha nacional, intitulada “Setembro Amarelo”, ocorre para abrir espaço e promover conversas sobre este tema que ainda é cheio de tabus.
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O psicólogo Dieison Soares destaca que o diálogo “é das coisas mais importantes” quando o assunto é suicídio. Todas as abordagens adequadas passam pela conversa. Ele reforça que é um mito que falar sobre morte, depressão, doenças mentais instiga a pessoa a cometer o ato. “É o contrário, quem está com esse sofrimento quer aliviar e temos que oferecer espaço aberto para ela falar sobre isso”, destaca.
Dieison acrescenta que a ampla maioria dos casos pode ser evitada desde que se faça abordagem precoce. Outro mito comumente propagado é que a pessoa que quer se matar não avisa, “vai e se mata”. O psicólogo explica que às vezes isso não é comunicado de forma explícita, às vezes é dito de forma sutil, em tom de brincadeira, mas que deixa implícita uma ideia de sofrimento.
É preciso ficar atento às mudanças bruscas de comportamento. “Aquela pessoa muito falante e espontânea, que de repente fica fechada, ou o contrário, às vezes escondendo o sofrimento atrás de um personagem”, são sinais que comunicam, de alguma forma, o sofrimento.
“Os cuidados com a saúde mental envolvem a busca por uma vida equilibrada”, destaca Dieison. O psicólogo comenta que “não adianta viver focado em ganhar dinheiro, buscando um projeto de felicidade, com aquela sensação de estar sempre correndo atrás”. “É importante ter metas, objetivos, mas não esquecer do presente, do dia a dia, da rotina, dos momentos de alegria com familiares, amigos, de nos proporcionar coisas que a gente gosta de fazer”, reforça.
“Precisamos respeitar nossos momentos, nossas dores, dificuldades e buscar ajuda. Psiquiatra, psicólogo ‘não é coisa para louco’”, reforça. Dieison destaca que o município possui uma rede de atendimento bem estruturada e que a busca pode iniciar pelo próprio ESF ou setor de psicologia e ainda os Centros de Atenção Psicossocial. Dispositivos gratuitos como o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo número 188 ou site cvv.org.br, também estão à disposição.
Fonte: Rádio São Luiz