Hospital de Caibaté busca alternativas para superar crise financeira

Diamantino dos Santos e Orcelei Dalla Barba trataram sobre a crise no hospital de Caibaté. Foto: Cermissões

A crise financeira pela qual passa o Hospital Roque Gonzales, do Município de Caibaté, foi a pauta de uma reunião entre o diretor da casa de saúde, Orcelei Dalla Barba, e o presidente da Cermissões, Diamantino Marques dos Santos, ocorrida na manhã de ontem, terça-feira. Objetivo foi reforçar o pedido para que mais pessoas façam doações ao hospital através da conta de luz da cooperativa.

“Se não houverem mudanças, corremos o risco de fechar as portas”, afirmou o diretor do hospital. Segundo Orcelei, a instituição não pode mais realizar pequenas cirurgias, o que era uma importante fonte de receita. “Além disso, a falta e o atraso de repasses governamentais, as exigências dos órgãos de saúde e a burocracia estão inviabilizando os trabalhos dos hospitais nos pequenos municípios. Essa é a nossa triste realidade”, colocou ele ao presidente da Cermissões. Orcelei relatou problemas como duas emendas parlamentares, uma no valor de R$ 80 mil, e outra de R$ 131 mil, com promessa de repasse no mês de agosto. Segundo ele, a de R$ 80 mil foi creditada na conta do hospital apenas ontem, 14/11, e a de R$ 131 mil segue pendente.

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Além disso, relata o diretor do hospital de Caibaté, “houve um atraso no repasse dos R$ 50 mil do governo do Estado em razão do envio equivocado de documentos pela Coordenadoria Regional de Saúde de Santo Ângelo à Secretaria Estadual de Saúde.”

Atrasos nos salários – Atualmente o Hospital Roque Gonzales de Caibaté conta com 35 funcionários, tendo passado por recente redução no quadro funcional. Segundo o diretor Orcelei Dalla Barba, os salários do mês de outubro começaram a ser pagos nesta semana e os salários de setembro foram quitados na semana passada. “Os atrasos salariais acabam gerando muitos transtornos e cobranças à diretoria, pois estamos escalonando os pagamentos. Primeiro recebem os que tem salários menores e, subsequentemente, os demais ativos e, por último, os aposentados”, explicou Orcelei.

Ele destacou ainda que a chegada das obrigações financeiras de final de ano além da folha salarial, como décimo terceiro salário, acordos trabalhistas e outros compromissos do hospital, obrigaram a diretoria a contrair um empréstimo bancário de R$ 250 mil com uma programação de pagamento em 60 meses. “A direção do hospital já abriu um processo junto a Coordenadoria Regional de Saúde de Santo Ângelo para disponibilizar seis leitos ao Estado para saúde mental. Vários pacientes de Caibaté e Mato Queimado que possuem esse tipo de problema estão buscando tratamento em outros municípios. Se autorizado pela Secretaria de Saúde do Estado, poderemos utilizar a estrutura física e de pessoal já existente, com algumas adequações, para esta finalidade e termos mais um gerador de receita”, apontou o diretor.

O presidente da Cermissões, Diamantino Marques dos Santos, se mostrou preocupado quanto a situação do hospital em razão do grande número de pessoas da comunidade que buscam atendimento diariamente. “É hora de unir forças para buscar mais alternativas de receita e novos recursos para afastar essa possiblidade de não termos mais um hospital aqui em Caibaté. A Cermisões sempre que possível ajudou o hospital. No ano passado destinamos todo o valor arrecadado com o show de aniversário da cooperativa realizado na praça da cidade ao hospital”, destacou Diamantino.

Ele destacou também que os associados e clientes da Cermissões que desejarem contribuir mensalmente com qualquer valor para o Hospital de Caibaté podem fazê-lo mediante autorização junto ao hospital. O valor autorizado e pago junto com a fatura de energia é repassado integralmente ao hospital. Atualmente o valor arrecadado e repassado é de R$ 1.358,00 por mês.

FONTE: CERMISSÕES