Gildinho, fundador de Os Monarcas, morre aos 82 anos
Nésio Alves Corrêa, mais conhecido como Gildinho, fundador do grupo Os Monarcas, faleceu neste sábado, 11, aos 82 anos. Ele estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, onde tratava complicações decorrentes de um tumor na próstata e outras condições relacionadas ao câncer, uma doença que o acompanhou por 20 anos. Figura icônica da música tradicionalista gaúcha, Gildinho deixa uma trajetória marcada por sua contribuição inestimável à cultura do Rio Grande do Sul.
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Nascido em Soledade, Gildinho iniciou sua carreira artística nos anos 1960. Ele foi responsável por criar o programa de rádio “Amanhecer no Rio Grande”, que se tornou referência para a música regionalista. Além disso, animava bailes em Erechim e arredores, consolidando-se como um dos grandes expoentes da música tradicional gaúcha.
Em 1972, fundou o grupo Os Monarcas, com seu irmão Francisco Alves Corrêa, o Chiquito. Inicialmente, a formação contava com apenas dois membros, mas foi expandida ao longo dos anos. O grupo alcançou notoriedade ao lançar o primeiro LP, “Galpão em Festa”, em 1974, e se consolidou no cenário musical com sucessos como “O Valentão Bombachudo”, gravado pela Warner/Continental em 1978. Durante sua trajetória, Os Monarcas lançaram 51 discos, incluindo títulos icônicos como “30 Anos de Estrada” e “Identidade Monarca”. Também produziram três DVDs e receberam prêmios importantes, como o Prêmio Sharp, o Troféu Guri e a Medalha do Mérito Farroupilha, concedidos pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Reconhecido como gaiteiro, radialista e professor de música, Gildinho era uma figura emblemática no cenário cultural do estado. Sua contribuição foi celebrada ao longo de décadas, tanto pelo público quanto por instituições culturais. O grupo Os Monarcas, fundado por ele, é uma das bandas mais longevas da música regionalista brasileira e um marco na preservação e difusão das tradições gaúchas. Suas canções, que exaltam temas como a vida no campo, os costumes e a cultura sulista, são referência para gerações de músicos e ouvintes.
O falecimento de Gildinho marca o fim de uma era para a música tradicionalista do Rio Grande do Sul. Em nota oficial, o grupo Os Monarcas lamentou a perda de seu fundador, destacando sua trajetória e legado. O comunicado ressalta o impacto de Gildinho como artista, sua dedicação à cultura regional e a alegria que transmitia em cada apresentação.
O velório será realizado neste domingo, 12, no CTG Sentinela da Querência, em Erechim, cidade que foi palco de muitos momentos importantes da carreira de Gildinho. A cerimônia está programada para começar às 9h, reunindo familiares, amigos, fãs e admiradores. Ele deixa a esposa, Santa, e as filhas Gisele, Sandra e Sibelly.
Fonte: Rádio São Luiz