Presidente da COOPATRIGO Paulo Pires destaca a importância da irrigação para garantir a sustentabilidade agrícola na região

Foto: Coopatrigo
A região de atuação da Cooperativa Tritícola Regional São-luizense (COOPATRIGO) tem enfrentado um problema recorrente nos últimos anos: a estiagem. Em três dos últimos quatro anos, a escassez de chuvas afetou significativamente a produtividade dos cooperados, trazendo desafios econômicos e estruturais para a agricultura local. O presidente da COOPATRIGO, Paulo Cezar Vieira Pires, abordou o tema em recente entrevista, destacando os entraves e soluções para minimizar os prejuízos.
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O Impacto Direto da Estiagem – A falta de chuvas regulares compromete a produtividade, os custos de produção e os preços de mercado, dificultando a previsibilidade para os produtores rurais. Segundo Pires, a principal dificuldade está na distribuição irregular das chuvas, o que evidencia a necessidade de uma política especial de incentivo à irrigação na região.
Atualmente, a irrigação tem demonstrado resultados significativos. Na safra de milho, por exemplo, cerca de 90% da produção de São Luiz Gonzaga provém de lavouras irrigadas. Dentro da cooperativa, essa proporção é de 75%, demonstrando um avanço expressivo, mas que ainda pode ser ampliado.
Entraves na Expansão da Irrigação – Apesar da importância da irrigação para mitigar os impactos da estiagem, o setor ainda enfrenta dificuldades relacionadas à legislação ambiental e à ausência de políticas públicas específicas. Para pequenos produtores, o acesso à tecnologia de irrigação é limitado sem subsídios governamentais.
O presidente da COOPATRIGO destacou a importância de programas como o “Mais Alimentos”, que no passado incentivou a renovação de maquinário agrícola e poderia ser adaptado para fomentar a adoção de sistemas de irrigação entre pequenos produtores.
Levantamento de Perdas e Estado de Emergência – A COOPATRIGO, por meio de sua estrutura técnica presente em 18 municípios, realizou um levantamento recente que aponta perdas entre 5% e 50% na produção agrícola do Rio Grande do Sul. Na área de atuação da cooperativa, as perdas ultrapassam 40% na safra de soja de 2025, evidenciando a gravidade da situação.
Diante desse cenário, a COOPATRIGO tem participado ativamente das discussões sobre a decretação de Estado de Emergência nos municípios afetados. Segundo Pires, a colaboração entre setor público e entidades como a COOPATRIGO é essencial para embasar decisões que garantam auxílio aos produtores.
Estratégias para Minimizar os Prejuízos – A cooperativa tem adotado medidas para reduzir os impactos da estiagem. Entre elas, destaca-se o diálogo com autoridades para a criação de políticas públicas de enfrentamento à seca e programas de financiamento para os produtores. Além disso, recursos federais estão sendo repassados a produtores com dívidas junto à COOPATRIGO, auxiliando na reestruturação financeira dos cooperados.
Outro aspecto fundamental é a orientação técnica. A COOPATRIGO tem incentivado a adoção de tecnologias que aumentam a resiliência da lavoura, como escolha adequada de materiais genéticos, manejo de solo e técnicas de conservação da umidade.
Perspectivas para o Futuro – Apesar dos desafios impostos pela estiagem, Paulo destaca que a agricultura é uma atividade baseada na esperança e na capacidade de adaptação. Ele reforça a importância da resiliência dos produtores e da colaboração entre setor público e entidades do setor agrícola para superar os desafios climáticos.
A COOPATRIGO segue mobilizada para buscar soluções estruturais que garantam melhores condições de produção e sustentabilidade para seus cooperados, apostando em tecnologia, políticas públicas e na força do cooperativismo para enfrentar os períodos de estiagem.
Fonte: Comunicação Coopatrigo