Sem resposta do governo, FETAG confirma mobilização em Porto Alegre no dia 13
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) confirmou a realização de uma mobilização no próximo dia 13 de maio, em Porto Alegre, diante da falta de respostas do governo federal quanto à crise de endividamento enfrentada pelos agricultores gaúchos. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Carlos Joel da Silva, em entrevista à Rádio São Luiz.
Receba nossas notícias pelo WhatsApp
Segundo o dirigente, a manifestação será mantida caso não haja, até o início da próxima semana, a publicação de medidas concretas que atendam à pauta dos produtores. “Estamos respeitando a decisão dos mais de 6 mil produtores que estiveram em São Luiz Gonzaga e aprovaram que, caso não houvesse solução até 15 de abril, as mobilizações seriam retomadas”, afirmou Joel.
Entre as reivindicações da FETAG estão a securitização das dívidas em até 20 anos, prorrogação de financiamentos e soluções para o Proagro e o seguro rural. Joel destacou que os agricultores vêm enfrentando cinco anos consecutivos de perdas por estiagem ou excesso de chuvas, o que impediu o pagamento das dívidas. “Não estamos pedindo nada de graça, só queremos tempo para pagar”, reforçou.
O presidente da FETAG também relatou ceticismo quanto ao anúncio de novas resoluções. “Há promessa de que as medidas saiam até sexta ou segunda-feira, mas com o presidente e dois ministros fora do país, não acreditamos que isso vá acontecer”, lamentou.
Carlos Joel ainda alertou que a crise no campo não afeta apenas os agricultores. “É um problema de toda a sociedade gaúcha. Se a agricultura para, postos de combustíveis, revendas de peças, comércio em geral e até a indústria sofrem. Além disso, o preço dos alimentos pode subir nas prateleiras”, disse.
A FETAG orienta que agricultores procurem os sindicatos municipais para organizar caravanas à capital. Se não houver avanço nas negociações, a mobilização poderá se expandir para o interior do Estado. “Infelizmente, se não formos à rua, não somos ouvidos”, concluiu Joel.
Fonte: Rádio São Luiz