Arqueóloga intensifica estudos no Centro Histórico de São Luiz Gonzaga

Profissionais em ação no primeiro lote de pesquisa arqueológica, localizado na Avenida Senador Pinheiro com General Portinho. O trabalho de campo, que deve durar aproximadamente um mês, visa preservar o patrimônio histórico e liberar o terreno para futuras obras. Foto: Alcides Figueiredo/Rádio São Luiz

A arqueóloga Raquel Rech, agora concursada da Prefeitura de São Luiz Gonzaga, está conduzindo importantes projetos arqueológicos no município, com foco no centro histórico da cidade. Essa área, delimitada pelas ruas General Portinho, Primeiro de Março, Avenida Senador Pinheiro e Marechal Floriano, tem recebido atenção especial para pesquisas no subsolo. Recentemente, foram iniciados trabalhos em um terreno na esquina da Avenida Senador Pinheiro com a General Portinho.

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Antes de ser concursada, Raquel já atuava em contrato emergencial, realizando projetos que exigem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Atualmente, cinco terrenos aguardam a conclusão de estudos arqueológicos, com mais interessados surgindo. Esses trabalhos são fundamentais para liberar obras de reforma ou construção, garantindo a preservação do patrimônio histórico.

Raquel destacou que a pesquisa arqueológica em São Luiz Gonzaga e na região das Missões é ampla e significativa. Embora as ruínas remanescentes do segundo ciclo das reduções jesuíticas — construídas em pedra —, como São Miguel, São João Batista, São Lourenço e São Nicolau, sejam as mais conhecidas, a arqueóloga lembrou que muitas cidades, como Santo Ângelo, São Borja e São Luiz Gonzaga, tiveram suas áreas históricas sobrepostas pelo desenvolvimento urbano. “Apesar de muita coisa ter sido destruída, ainda há muito o que resgatar, especialmente artefatos que contam a história das reduções”, explicou.

O Museu Arqueológico de São Luiz Gonzaga, inaugurado em 1991, será enriquecido com os novos achados das pesquisas em andamento. Raquel também anunciou planos para modernizar a comunicação do museu, incluindo a criação de redes sociais para divulgar imagens de peças importantes do acervo, além de aplicação de recurso do Grande Projeto Missões, que deverá transformar o local em um dos maiores de todo o estado.

Para garantir maior celeridade no andamento das obras e reformas em terrenos históricos, foi firmado um projeto chamado “guarda-chuva” com o IPHAN. Esse acordo prevê um acompanhamento mais célere, onde os terrenos passam por análises arqueológicas detalhadas antes de receberem a anuência necessária para a execução de reformas ou construções. Ela estima que, em média, o trabalho de campo em cada lote leve cerca de um mês, dependendo das condições climáticas. Além disso, os materiais encontrados durante as pesquisas são encaminhados para o Museu Arqueológico de São Luiz Gonzaga, enriquecendo ainda mais o acervo e contribuindo para a preservação da história missioneira.

Em dezembro de 2023, a Rádio São Luiz destacou em uma reportagem a falta de servidores no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), apontando que essa situação gerava atrasos na liberação de obras no centro de São Luiz Gonzaga. Segundo a matéria, moradores reclamavam da demora e da falta de respostas do órgão, com obras em torno de um quarteirão paralisadas, mesmo seguindo os procedimentos estabelecidos pelo instituto. Leia aqui (link).

Fonte: Rádio São Luiz