Dois casos de Mormo são confirmados e inquérito que tornaria o Estado livre da doença é suspenso
O inquérito que poderia tornar o Rio Grande do Sul zona livre da doença do mormo foi suspenso pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Em um memorando da secretaria, dois novos casos foram registrados neste mês, sendo nos municípios de São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha, “acometendo dois equinos, um em cada propriedade, respectivamente”.
De acordo com a supervisora da 17ª Coordenadoria regional de Agricultura, Franciele Barreto, o estado poderia ser considerado como zona livre da doença devido ao fato de que nos três últimos anos não havia confirmação de novos casos, sendo o último em 2017. Dessa maneira, não haveria mais exigência do exame de diagnóstico da doença – o “Teste de Western-Blooting (WB). O documento do Estado explica “que desta forma, o pleito do RS para ser reconhecido como zona livre de mormo fica suspenso, considerando que um dos critérios que deve ser atendido conforme preconizado na IN 06/2018 é de que o estado esteja há pelo menos 3 anos sem registrar nenhum foco”.
Franciele assim, continua-se a obrigatoriedade da apresentação de exames negativos para AIE e Mormo de animais que transitam. A supervisora explicou que, como o processo estava já em disposições finais, com sua suspensão podem surgir argumentos de que o objetivo da suspensão seja meramente arrecadatório, o que de acordo com ela, não condiz com a realidade. “Não se tata de uma conspiração. Os defensores da retirada do exame e que julgam que o mesmo é de desnecessário, podem crer que a retirada do inquérito seja estratégica, no entanto não se trata disso. A aplicação dos teste é feito durante todo o ano e, em setembro, devido um maior transito por causa dos movimentos tradicionalistas, a aplicação é ainda mais intensa e, em virtude disso, do maior trânsito de animais, constatou-se a ocorrência da doença”, disse. Franciele ressaltou ainda que há outra preocupação, que são os animais que podem se tornar portadores assintomáticos, ou seja, que não demonstram sintomas, no entanto são portadores que transmitem a bactéria causadora do Mormo. Além disso, atenta que a disseminação pode infectar pessoas.
A supervisora fala também sobre a gravidade da doença, que tem caráter infeccioso e se manifesta no animal com nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. Quando atinge um grau agudo, há febre intensa, fraqueza e prostração, além de úlceras profundas com secreção.
Neste sentido, Franciele afirma que a fiscalização é necessária para fazer o trânsito seguro dos animais e evitar a disseminação da doença. Atualmente o exame tem validade de 180 dias. Com advento dos novos casos, a supervisora não descarta que pode haver mudança na periodicidade do teste. Até o momento não há novos direcionamentos a respeito.
Fonte: Róbson Gomes/Rádio São Luiz
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