A saga de Sepé e a história das Missões: o resgate da cultura por meio da dança do grupo Fênix

(Foto: Rose Grings)

A história se faz contar de diversos modos e um deles, é por meio da dança. Inspirados na memória de um legado, com rostos pintados e corpos caracterizados, os integrantes Fênix – Grupo Folclórico, imersos na cultura Guarany, levaram o público presente na 1ª Mostra Mercosul de Dança, em Porto Xavier, à euforia.

A presidente do Conselho Municipal de Cultura e coordenadora do grupo, Beverly Bassani, em participação no programa Expressão Livre, falou sobre a participação no evento que reuniu mais 340 bailarinos de três países – Brasil, Argentina e Paraguai – em uma integração de valorização à cultura.

Ela explica, que para participar dos eventos ao grupo busca levar temáticas relacionadas a história são-luizense, guarani, missioneira e latino-americano. Para isso, diversas pesquisas coreográficas são realizadas, bem como de detalhamento da vivência, costumes, vestimentas e, tudo àquilo que integra a cultura das etnias que serão representadas em palco. Com isso, o objetivo é de aproximar as apresentações à originalidade.

Uma das apresentações, que elenca a saga do índio Guarany, Sepé Tiarajú, o público é levado aos tempos idos, à história das tribos guaranis, da República Jesuítica Guarani, da ocorrência dos europeus e espanhóis, bem como da integração dos indígenas com os padres da Companhia de Jesus. Com isso, os olhos que assistem aos movimentos cênicos dos artistas, são levados à reflexões maiores a respeito da influência dessas outras culturas na história das Missões.

A caracterização

De acordo com a coordenadora, é realizada ampla pesquisa para que o figurino utilizado seja o mais verossímil e próximo aos utilizados pelos povos da época. A partir disso, há utilização de couro cru, algodão, adornos em penas, pinturas e caracterização visual que permite ao público, uma imersão no estilo de vida representado.

Na oportunidade, durantes às apresentações realizadas no sábado (19), Beverly avalia que a participação do grupo, no que tange especificamente à arte, foi genuína – como representantes máximos, levando a história e dançando as Missões. O que fez com que o público presente se encantasse com a participação do grupo. Para ela, um dos momentos mais bonitos e emocionantes foi quando o artista Cristhian Bassani, solou, representando o índio Sepé.

Agradecimentos

Beverly estendeu ainda o agradecimento a administração municipal de Porto Xavier, bem como a todos os setores envolvidos na promoção e realização do evento que reuniu apresentação dos mais variados folclores, em um evento que classificou como belíssimo.

Origem do grupo

Acostumada a retomar a história, Beverly fez os resgate da sua própria trajetória, junto com os irmãos, que deu início ao grupo. De acordo com a coordenadora, ela e os irmãos sempre participaram da expressividade artística por meio da dança, integrando diversos departamentos e grupos artísticos de São Luiz Gonzaga. Com o tempo, os mesmos sentiram a necessidade de incorporarem às suas apresentações as pesquisas de outras etnias e, principalmente, a das Missões – que sempre falou mais alto. Atualmente o grupo conta com participação de quatro irmãos, bem como a mãe, responsável pela caracterização do grupo.

Por Róbson Gomes