“A FARSUL deu um voto de confiança para a Secretaria da Agricultura cumprir com as condicionantes do MAPA”, explica assessor da Federação sobre a decisão de retirada da vacinação contra a aftosa
Em entrevista à Rádio São Luiz, o assessor das presidência da Federação da Agricultura do RS – FARSUL, Luís Fernando Cavalheiro Pires, comentou sobre a reunião ocorrida nesta quarta-feira, 19, entre a Federação, Secretaria da Agricultura do RS, Ministério da Agricultura (MAPA) e sindicatos rurais e produtores do Estado. Em pauta estava o debate sobre a retirada da vacinação contra a febre aftosa no RS.
Conforme Pires, “houve uma exposição por parte do secretário da Agricultura, Covatti Filho, e do MAPA sobre os avanços que se teve em relação ao tema e as condições de trabalho que eles detêm hoje, bem como as ações que podem fazer caso surgisse algum foco de aftosa a nível de Estado. Na ocasião, eles expuseram as 18 condicionantes que o MAPA colocou ao nosso Estado para que ele seja declarado livre de vacinação contra a febre aftosa”, explicou.
Conforme o assessor da FARSUL, “a Secretaria pediu um voto de confiança, dizendo que eles vão poder cumprir essas 18 condicionantes. Nós questionamos quanto à situação da crise do Estado e da dificuldade de contratação de pessoal, mas mesmo assim eles nos colocaram que estão preparados e que existem recursos, dando os argumentos para a necessidade do Estado retomar o protagonismo e o investimento no agronegócio no RS, uma vez que essa área corresponde a 40% do PIB gaúcho”.
Após a exposição, produtores e sindicatos se manifestaram, ao que o presidente da FARSUL, Gedeão Pereira, após as deliberações, colocou a seguinte situação, conforme relatou Pires: “Não foi uma decisão contra ou a favor da retirada da vacinação; foi um voto de confiança para dar as condições para que a Secretaria da Agricultura trabalhe no atendimento às 18 condicionantes”. Conforme Pires, foi decidido pela antecipação da vacinação para o período de 15 de março a 14 de abril. Após, no mês de agosto, a FARSUL irá conferir se o Estado está cumprindo com o acordado, e, uma vez não cumpridas as condicionantes, a Federação irá exigir que a vacinação seja retomada no mês de novembro.
“Independente de continuar a vacinação neste ano ou não, no plano cronológico do MAPA, ao que tudo indica, já se tem programado o fim da vacinação no Brasil no final de 2021. Então estamos discutindo uma antecipação e o que traria de consequência ou vantagem ao declarar a Região Sul como livre de vacinação. Para a suinocultura, acarretaria em um aumento de vendas e negociações em até 35% até 2024, e, na bovinocultura, ocorreria a retomada das vendas de alta genética de terneiros e touros para o Paraná e Santa Catarina, Estados que não estão mais vacinando e que não aceitam a entrada do nosso gado lá”, explicou Pires.
Ainda segundo o assessor da FARSUL, “notamos que, por parte dos produtores, todos desejam a elevação do estado sanitário, mas temem as condições que o Estado tem, principalmente de recursos, para tomar essa decisão. Por isso adiamos até agosto a decisão definitiva dando esse voto de confiança para que o Estado trabalhe nesse período visando cumprir as condicionantes do MAPA”, finalizou Pires.
Fonte: Rádio São Luiz
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