Biografia de Jayme Caetano Braun, que no domingo completaria 98 anos, é mais uma relevante contribuição do escultor Vinícius Ribeiro
São Luiz Gonzaga – No próximo domingo, dia 30, se estivesse vivo, Jayme Caetano Braun completaria 98 anos. O pajador, que é uma das principais referências de São Luiz Gonzaga mundo afora, faleceu em 1999, mas sua obra e até sua imagem, que no município é representada pelo monumento em dos trevos de acesso à cidade, permanecem presentes na vida dos seus conterrâneos.
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O autor deste monumento é o escultor Vinícius Ribeiro. Talvez o que alguns dos leitores ainda não saibam é que foi o Vinícius que elaborou uma das mais completas – talvez a mais – biografias de Jayme. A iniciativa, segundo o autor, surgiu após um pedido da dona Gelsinha Ramos, a Gelsinha do Morais, como gostava de ser chamada, em referência ao seu esposo José Morais. Gelsinha, já falecida, era prima de Jayme e, assim como Vinícius, que também acumula grau de parentesco com o filho ilustre da terra, se incomodava com alguns erros que circulavam pela internet.
Após muitas entrevistas com familiares, acesso a documentos, entre outros subsídios que, inclusive, foram utilizados quando da construção do monumento inaugurado em 2009, Vinícius publicou este compilado de informações em um blog. O material é amplo e traz, por exemplo, uma passagem que fala sobre a estreia de Jayme no rádio, algo que aconteceu na Rádio São Luiz, onde ele apresentou o Galpão de Estância, programa que segue no ar até hoje.
O blog é constantemente atualizado. Em breve, o acervo será reforçado com a certidão de crisma e de batismo, que Vinícius conseguiu na Paróquia. “Atualizando sempre para não deixar a história se apagar”, explica.
Jayme é uma figura histórica e que segue inspirando os amantes da arte. Sobre isso, aliás, Vinícius observa que o primeiro contato que tivemos com a história das Missões foi por meio da musicalidade destes artistas. “Foram eles que interpretaram e repassaram, por meio da musicalidade. Hoje temos o Instituto Histórico e Geográfico, que faz um trabalho fantástico, científico, mas o primeiro contato sobre os guaranis, sobre as Missões, foi com os músicos”, avalia.
Em 2024 serão comemorados 100 anos do nascimento de Jayme Caetano Braun. Vinícius, que já contribuiu com ideias marcantes como a Medalha do Pajador, que, inclusive, é patrocinada por ele, adianta que a comemoração da data terá que ser “incrementada”. “Temos que mostrar para a geração mais nova a importância destes bons exemplos, senão (só com os maus) o mundo vira uma barbárie”.
Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre Jayme, além da leitura da biografia no blog, Vinícius recomenda algumas das poesias, facilmente encontradas em vídeos na internet e seguidamente ouvidas na programação da Rádio São Luiz: Galpão Nativo, que simboliza uma primeira fase do artista, a fase raiz, da poesia xucra; Tio Anastácio, que é quando ele passa a empunhar a bandeira dos excluídos, defendendo o índio, o negro; e Paisagens Perdidas, que é uma fase mais profunda, universal, quando Jayme começava a refletir sobre o sentido da existência, do ser humano.
Neste domingo, em homenagem ao Pajador, o programa Galpão de Estância, idealizado por Jayme no fim dos anos 1940 e hoje no ar sob coordenação de Alcides Figueiredo e colaboração de Kelvin Morais, vai homenagear a memória do artista com as apresentações dos músicos locais.
Fonte: Rádio São Luiz