Cooperativas Gaúchas realizam Jornada Técnica em Gramado

Foto:
ASCOM RTCR/Jardine Comunicações

Iniciou ontem à noite, 14, e se estende até a sexta-feira, 16, em Gramado, a 2ª Jornada Técnica RTC que envolve todas as Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul. O evento faz um chamamento para os participantes conectarem-se com o novo Agro, pois os avanços estão revolucionando e impactando o dia a dia do setor agrícola e o encontro foi planejado para fomentar a atualização profissional sobre as tendências e novas tecnologias do mercado.

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O Presidente da Coopatrigo Paulo Pires, que também preside a Fecoagro/RS, uma das apoiadoras da 2ª Jornada Técnica RTC, esteve participando da abertura do evento, destacando a importância para o Cooperativismo Agropecuário, já que a assistência técnica de ponta é dos pilares do atendimento das necessidades dos associados.

A primeira atração da 2ª Jornada Técnica RTC foi uma palestra com o Economista Alexandre Mendonça de Barros, o qual destacou que o Brasil aumentou em 14 vezes o superávit da balança comercial agrícola nos últimos 30 anos. Ele acrescentou que o país passou de uma balança superavitária de US$ 7,1 bilhões, em 1990, para US$ 81 bilhões em 2020 e, neste ano, deve atingir a casa dos US$ 100 bilhões. “O Brasil precisa ser inteligente e abrir comércio com os diferentes blocos que irão surgir. É necessário ter habilidade diplomática de conversar com russos, chineses e europeus e nos tornarmos relevantes para todos eles. As cooperativas precisam ter tamanho para conversar com todos esses mercados”, frisou o painelista.

Ao defender uma ação diplomática pela abertura de mercados, Mendonça de Barros lembrou que o Brasil já assumiu um papel relevante no cenário internacional nas últimas três décadas e que, em cerca de 30 anos, o superávit da balança comercial pode chegar a US$ 200 bilhões. “Para isso, precisamos de envergadura logística, escala competitiva e ganhar musculatura para enfrentar as oscilações no mercado”.

Para o economista, a tendência é que aumente a dependência entre mercados, e que nações desenvolvidas se tornem compradoras de países como o Brasil como forma de garantir a soberania alimentar. “Precisamos dizer ao mundo que estamos aqui e transmitir confiança. Nosso destino é alimentar o mundo, independentemente de eventuais conflitos que venham se formar”.

Mendonça de Barros ainda ressaltou que a economia mundial deve desacelerar nos próximos anos, o que não significa impacto direto nos preços, uma vez que o mercado de alimentos segue demandador. Ele citou as recentes quebras nas safras dos Estados Unidos e da Europa, e lembrou que os modelos de previsão para 2022/23 indicam uma colheita de 149 milhões de toneladas de soja e 126 milhões de toneladas de milho para o Brasil, indicadores que, segundo ele, ainda não consideram o impacto do La Niña.

Segundo o economista e analista de mercado, dentro de quatro semanas, a atenção do mercado internacional de grãos deve se concentrar no Brasil tendo em vista a previsão de ocorrência de La Niña na América do Sul. Apesar de não acreditar em uma quebra expressiva da safra a ser colhida, o profissional projeta redução em relação à estimativa inicial. “O mercado segue em um quadro nervoso. Mas a importância do Brasil no quadro internacional só cresce”.

A 2ª Jornada Técnica RC vai até sexta-feira, 16, e reunirá palestrantes com atuação no agronegócio nacional e internacional em Gramado (RS). O evento é uma realização da CCGL e conta com o patrocínio do terminal Termasa e com o apoio da Fecoagro e do Sistema Ocergs-Sescoop/RS.

Por Roberto Marques – Assessor de Comunicação Coopatrigo