Maria Benitez fala sobre ser patrona dos Festejos Farroupilhas
Patrona dos Festejos Farroupilhas 2023, a cantora, compositora e apresentadora Maria Luiza Benitez, 71 anos, afirma estar honrada em ser uma das homenageadas pelo Governo do Estado e o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) deste ano. Defensora da maior presença das mulheres em todos os setores da sociedade ela ressalta, porém, que é preciso que mais mulheres se destaquem na música e na cultura nativista.
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“Faz cinco dias que não vou para casa. Moro no meio do mato em Itapoã e, devido a compromissos, estão na casa de uma amiga em Porto Alegre, mas gosto muito do que faço e do trabalho dentro dos Festejos Farroupilhas”, comenta ela. Natural de Bagé, mas com fortes ligações com a Região das Missões, ela afirma serão tão missioneira quanto fronteiriça. “Tive em Jayme Caetano Braun e Cenair Maicá irmãos da vida. Tem uma passagem com os dois que gosto de contar. Em 1973 eles foram até minha casa e questionei porque não podia subir no palco com eles. O Jayme então disse que eu era a única mulher que poderia cantar as suas músicas. Desde então eu subi no palco e nunca mais sai de lá.”
Ao refletir sobre o atual momento do Movimento Tradicionalista Gaúcho, ela afirma que “já foi bem mais forte, com uma tropa de elite de grandes compositores que hoje fazem falta. Edson Motto, Marco Aurélio Vasconcelos, Gilberto Carvalho, Telmo de Lima Freitas, entre tantos outros. Os festivais hoje apresentam uma certa mesmice. É preciso se recriar a associação dos festivais. Precisamos de mais compositores, com mais participação da ala feminina. Não podemos fazer invencionices e separar mulheres ou homens. Temos de fazer música com nossos companheiros. A União é sempre fundamental.”
Rádio – E ela continua. “As mulheres têm de se manifestar e dizer ‘Eu quero meu espaço’. Nunca tive minha voz calada e sempre estarei presente atuante.” Maria Luiza também comentou a questão do rádio. “Hoje os programas tradicionalistas estão escondidos nas rádios web. É preciso mais programação das rádios abertas tradicionais. Eu tinha o programa Nos Quadrantes do Sul diariamente das 4 às 7 horas da manhã na Rádio Guaíba. Depois trocou para sábado e domingo e então terminou as entrevistas ao vivo que eu tanto gostava de fazer. Precisa ter mais espaço. Não podemos deixar morrer a tradição”, completa a patrona.
Fonte: Rádio São Luiz