Policial flagrado em momento de emoção ao lado de égua morta é natural de São Luiz Gonzaga

Ouça a entrevista:

“Quando morre um cavalo
Até o céu fica nublado
Uma cruz marca a coxilha
E o dono sofre calado” (Chiquito e Bordoneio)

Nesta semana, a imagem de um policial militar emocionado ao lado de uma égua do 4º Regimento de Polícia Montada, de Porto Alegre, viralizou. No registro, o fotógrafo Max Peixoto flagrou o lamento do soldado Maicon de Matos Alves, 28 anos, que estava ao lado do animal morto no pátio do Beira-Rio, pouco antes do jogo do Inter contra o Tolima pela Libertadores. Eles estavam envolvidos no policiamento do evento.

Em entrevista para a Rádio São Luiz, Alves, que é natural de São Luiz Gonzaga, falou sobre ao momento. “Estava em outro cavalo quando vi que ela passou mal e caiu com o tenente que estava montado nela. Apeei, afrouxei a cela e junto dos colegas tentei socorrer o mais rápido possível. Ela tentou levantar-se, mas não conseguiu e morreu em seguida”, relembra.

Maicon Alves explicou que até o momento não se sabe a causa da morte, mas que provavelmente tenha sido um mal súbito. “Os animais são inspecionados diariamente pelo patrulheiro e qualquer anomalia o médico veterinário faz a averiguação. Não existe a possibilidade de ela ter saído doente”, comenta. A “Justiceira”, como era chamada, tinha 19 anos e provavelmente tenha entrado em serviço há 13.

Sobre a emoção do momento, Alves comparou com a perda de um amigo. “É o sentimento da perda de um amigo, um colega de serviço. Todo o trato, limpeza, banho, tosa, tudo isso é feito pelo patrulheiro. Isso cria uma ligação, que é muito grande. Há uma sintonia entre os dois”, explicou.

Maicon Alves está na Brigada Militar há pouco mais de três anos. Contou que sua ligação com a cavalaria vem desde o tempo do 4º Regimento de Cavalaria Blindado, unidade do Exército Brasileiro, sediada em São Luiz Gonzaga, onde ele serviu em 2011.

Homenagem

Justiceira foi homenageada pela Brigada Militar nas redes sociais. Em post, a instituição explicou que “seu parceiro de longa data, o sargento Negreiros, com quem trabalhou por mais de quatro anos, aposentou-se há apenas uma semana… Grandes chances de um caso de ‘síndrome do coração partido’’’, dizia a publicação.

Fonte: Rádio São Luiz