Meio Ambiente

Iniciativa convida população a escolher ave símbolo de São Luiz Gonzaga

Foto: Divulgação/UERGS

Até a próxima sexta-feira, 10 de outubro, a população de São Luiz Gonzaga pode participar de votação para a escolha da ave símbolo do município. A iniciativa foi idealizada pelo projeto de extensão universitária Observatório de Aves Missioneiras, da UERGS. Entre as candidatas, estão quatro espécies: João-de-barro, Caturrita, Quero-quero e Sanhaço-papa-laranja.

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A votação surgiu a partir de experiência do projeto com crianças de escolas de ensino fundamental, liderado pela estudante de Agronomia Delmira Sandra de Moura. Inicialmente, os estudantes identificaram 53 diferentes espécies em São Luiz Gonzaga e, a partir disso, fizeram a seleção de quatro delas para concorrer ao título. Após a escolha, um projeto de lei será encaminhado ao Legislativo para formalizar a iniciativa e tornar a espécie em ave símbolo local.

Segundo o professor Rafael Meirelles, o objetivo principal é estimular a educação ambiental, a partir da identificação das pessoas com as espécies. “Chamando a atenção para as aves, as pessoas acabam percebendo algumas práticas dentro do município, como preservação de árvores e a importância de trabalhar mais com a questão dos animais”, explica Rafael.

A votação é feita de forma on-line, em formulário. A divulgação do resultado está prevista para o dia 13 de outubro. O docente da UERGS destaca o envolvimento da comunidade na iniciativa e a ligação com a memória afetiva das pessoas que já tiveram contato com o João-de-barro, a Caturrita, o Quero-quero ou a Sanhaço-papa-laranja.

“As aves são bem presentes na cultura gaúcha, ainda mais algumas dessas que estão na votação. Acho que todas as quatro já foram cantadas em músicas”, complementa Rafael.

Fonte: Rádio São Luiz

Período de piracema exige atenção às restrições de pesca

Foto: Canva/Ilustrativa

A Eletrobras CGT Eletrosul, responsável pela operação da Hidrelétrica Passo São João, localizada no rio Ijuí, entre os municípios de Roque Gonzales e Dezesseis de Novembro/RS, divulgou orientações sobre o período de piracema 2025/2026. A reprodução dos peixes ocorre entre 1º de outubro 2025 e 31 de janeiro 2026, período em que a pesca sofre restrições em todo o Rio Grande do Sul, incluindo proibições específicas em áreas próximas a corredeiras e barragens de empreendimentos hidrelétricos.

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As medidas seguem a Instrução Normativa nº 193/2008 do Ibama, que estabelece limitações à prática da pesca. Entre as proibições estão a atividade a montante e a jusante de barragens, cachoeiras e corredeiras, incluindo a saída das casas de força das usinas, em um raio de 1.500 metros. Também não é permitido pescar a montante e a jusante das confluências dos afluentes do rio Ijuí, em uma distância de 500 metros. Além disso, há vedação ao uso de embarcações motorizadas, molinetes, carretilhas, redes, tarrafas, espinhéis e similares, assim como à promoção e participação em competições de pesca.

A norma autoriza apenas a pesca desembarcada ou com embarcações não motorizadas, utilizando linha de mão, vara e anzol, desde que observados os tamanhos mínimos permitidos e o limite máximo de captura e transporte de cinco quilos de peixe por pescador. Também é admitida a pesca científica, mediante autorização dos órgãos competentes.

Piracema é o nome dado ao processo de migração dos peixes rio acima para a reprodução. Em determinada época do ano, os peixes que estão fisiologicamente preparados sobem os cursos d’água em busca de locais com características físico-químicas adequadas, como maior oxigenação, que garantem a fecundação dos óvulos e a sobrevivência das larvas. Algumas espécies necessitam de ambientes específicos para realizar a desova, favorecendo a preservação das futuras populações. Durante esse deslocamento, os peixes ficam mais vulneráveis à captura, motivo pelo qual a legislação estabelece restrições à pesca no período, assegurando a continuidade das espécies e o equilíbrio ambiental.

Para esclarecimentos sobre o período, a Eletrobras disponibiliza atendimento pelo telefone (55) 3314-6140.

Fonte: Rádio São Luiz

Aparp promove ação de educação ambiental em alusão ao Dia da Árvore

Foto: Divulgação/Aparp

A Associação de Proteção Ambiental Amigos do Rio Piratini (Aparp) promoveu uma ação de educação ambiental em alusão ao Dia da Árvore, em São Luiz Gonzaga. A atividade foi realizada em parceria com o Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Luiz Gonzaga que doou duas mudas de Ipê, um roxa e outro amarelo. As mudas foram plantadas na segunda-feira, 22 de setembro, por crianças da Escola Municipal Centenário.

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Presidente do Comdema e da Aparp, João Luiz Gonçalves ressalta a importância de trabalhar a educação ambiental com as crianças, como uma forma de incentivo ao cuidado com o meio ambiente. Segundo ele, a intenção da Aparp é aumentar o número de atividades voltadas a esse público, inclusive, com a organização de um passeio pelo Rio Piratini, além de palestras e outras ações em escolas do município.

Atualmente, a Aparp está passando por um processo de reestruturação e conta com cerca de 16 associados ativos. João Luiz ressalta que a associação está aberta para receber novos membros e voluntários interessados em contribuir com as atividades de preservação ambiental da entidade.

“O meio ambiente nunca tem um fim, tem um ciclo e vai se renovando e é essa parte que nós queremos deixar mais vivo para as pessoas”, destaca o presidente da Aparp e do Comdema. Ele recorda também que a educação ambiental é um elemento para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Fonte: Rádio São Luiz

Concurso fotográfico estimula valorização do Pampa gaúcho

Tropilha de Cavalos – Estância Santa Rita do Jarau – Quaraí- RS (Foto: Jorge Guerino Lansarin/Olhares sobre o Pampa)

Em sua 2°edição, o concurso “Olhares sobre o Pampa” premia fotografias que mostrem aspectos ambientais e culturais do bioma Pampa. Podem participar fotógrafos profissionais e amadores. A iniciativa busca valorizar a biodiversidade deste território e possui financiamento da Lei de Incentivo à Cultura, do Pró-Cultura RS.

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As inscrições seguem abertas até o dia 30 de setembro pelo site do projeto. Ao final, serão selecionadas 20 fotografias, sendo 10 de fotógrafos amadores, e 10 de fotógrafos profissionais. Os ganhadores também receberão premiação em dinheiro e a curadoria será feita por três fotógrafos, Egberto Dutra, Leandro Abreu eLuis Felipe Ulbrich.

“Trabalhamos com os fotógrafos que têm como isso profissão, mas também para os amantes da fotografia. Todas aquelas pessoas que tiverem um celular ou uma câmera digital, qualquer aparelho que possa registrar aquele momento, que a pessoa ache que seja importante”, explica Guilherme Heck, representante da Foco Arte e Cultura, responsável pela realização do concurso, com apoio de outras entidades e empresas.

As obras serão expostas em evento, previsto para 9 de novembro, em Santana do Livramento (RS), que contarão com shows e uma oficina de fotografia. Segundo Guilherme, a iniciativa surgiu a partir de outro projeto semelhantes, o Olhares sobre o Rio Uruguai, concurso voltado à valorizar a beleza e a cultura que se desenvolve em relação com esse curso de água.

Na primeira edição do “Olhares sobre o Pampa”, realizada em 2024, o concurso teve a inscrição de 513 fotos de amadores e 228 de profissionais.  Os detalhes sobre o regulamento e como participar também estão disponíveis na página do projeto. O projeto conta com o Financiamento: Pró-Cultura RS. Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: Rádio São Luiz

Primavera: floração das plantas estimula atividade das abelhas e safra de mel

Foto: Freepik/Ilustrativa

A primavera inicia oficialmente nesta segunda-feira, 22 de setembro, e é reconhecida pela floração das plantas e aumento das temperaturas. Essas condições, em conjunto com o aumento da incidência solar, beneficiam as atividades das abelhas e, consequentemente, a apicultura e meliponicultura. Em entrevista à Rádio São Luiz, o professor da UERGS Rafael Meirelles explicou detalhes sobre esses processos.

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Doutor e mestre em Fitotecnia, Rafael realiza diversas pesquisas sobre abelhas e a importância de seus serviços ecossistêmicos para o desenvolvimento das plantas e da agricultura. Segundo ele, durante a primavera também é comum o aumento dos enxames dos insetos e sua reprodução, por conta do aumento nas temperaturas médias em relação ao inverno.

O professor recorda que as abelhas são como arquitetas do ecossistema que envolve as plantas e a produção agrícola. “Como boa parte das plantas dependem das abelhas para se reproduzir, é válido dizer que as abelhas garantem a reprodução da base da cadeia alimentar. Elas são responsáveis pela produção de boa parte dos alimentos que a gente consome”, explica Rafael.

Entre as frutas e demais plantas que dependem totalmente das abelhas, estão morango, abóbora, melão, melancia, entre outras. Esse período de floração das plantas também demanda cuidados e ações de manejo por parte de apicultores e meliponicultures. “Começa a abrir, limpar as caixas, reforçar as estruturas. Colocar as melgueiras. Os enxames novos que forem capturados vão ter a oportunidade de se estabelecer e se reforçarem”, exemplifica o docente da UERGS.

Segundo Rafael, no Rio Grande do Sul existem cerca de 25 espécies de abelhas, sendo a maioria delas nativas e sem ferrão. “Em São Luíz, temos uma abundância grande de jataí, tubuna, canudo. São abelhas que, eventualmente, até mordem, mas mordem com a boca. Elas não possuem ferrão, não possuem peçonha ou veneno. Às vezes, elas se enrolam no cabelo, é forma que elas têm para se defender”, descreve.

No caso de retirada de enxames de abelhas, o professor da UERGS recorda que esse processo deve ser feito por apicultores. Informações e dúvidas sobre a retirada podem ser tiradas junto ao Laboratório de Pesquisas com Insetos Benéficos (Lapib).

Fonte: Rádio São Luiz

6° edição da Trilha dos Santos Mártires de Bike terá percurso por comunidades e intervenções culturais

Foto: Divulgação/Trilha dos Santos Mártires de Bike

A 6° edição da Trilha dos Santos Mártires de Bike terá um roteiro com visita a diferentes comunidades da região das Missões e intervenções culturais. A atividade é organizada pela Associação Amigos da Trilha dos Santos Mártires das Missões e será realizada nos dias 26, 27 e 28 de setembro. O percurso possui cerca de 200km por diversos pontos turísticos da região e tem como objetivo proporcionar o contato com a história, o meio ambiente e a espiritualidade.

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Coordenador da trilha de bike, Cléber Tobias pontua que a trilha proporciona a experiência de uma peregrinação de bicicleta. Segundo ele, um dos principais elementos chave da atividade, que teve início em 2017, é o contato com as comunidades locais. “Reencontrar aquelas pessoas que estão esperando que a trilha aconteça, para trocar uma palavra de amizade, de incentivo de conhecimento as pessoas já nos esperam, isso é o mais gratificante”, destaca.

O percurso inclui diferentes lugares importantes para a história regional, como o Passo do Padre, em Santo Isidro, no interior de Santo Nicolau, a Cruz do Martírio e o Cerro do Inhacurutum, em Roque Gonzalez e o Santuário do Caaró, em Caibaté. Ao longo dos três dias de trilha, também estão previstas diversas intervenções culturais com especialistas, pesquisadores e lideranças comunitárias.

“Ao longo da trilha, em cada local de parada, buscamos trazer para a comunidade uma palestra de algo relacionado ou ao meio ambiente, a questão histórica ou a questão da espiritualidade”, explica Cléber. Na maior parte do tempo, o percurso é feito por estradas vicinais, sendo pelo menos 65km em cada dia, com paradas para hidratação. Segundo o coordenador, não existe limite de inscrição e a participação é gratuita, em geral, costumam participar de 10 a 20 pessoas.

É possível participar também de apenas um dos dias da trilha e, durante o percurso, os ciclistas são acompanhados por um carro de apoio que oferece assistência e a possibilidade de descanso. “Até mesmo crianças participam da trilha, não ao longo dos 200 km, mas fazem uma pedalada no turno da manhã e depois uma pedalada no turno da tarde”, exemplifica.

Confira a programação completa:

26/09 – Sexta-feira – 60KM

6h30 – Ponto de encontro Pousada dos Jesuítas em São Nicolau. 

  • Café compartilhado.
  • Cadastro dos trilheiros e entrega dos passaportes.

7h – Saída do comboio em direção ao Passo do Padre.

8h30 – Abertura oficial da 6ª Trilha de Bike no Passo do Padre.

11h30 – Visitação ao Sobrado Silva e recepção da Sec. de Turismo de São Nicolau.

12h – Almoço no Restaurante Tembi’u Porã.

  • Intervenção cultural com Edison Lisbôa – “Trilha dos Santos Mártires, 25 anos de história”.

14h – Visitação ao Sítio Arqueológico de São Nicolau.

15h30 – Recepção no município de Pirapó.

18h30 – Visitação à Cruz do Martírio de João de Castilhos. 

19h – Jantar e pernoite no Santuário Assunção do Ijuí.

  • Intervenção cultural com Josnei Machry Weber – “Terra de Nnheçu – Integração guarani-jesuítica”


27/09– Sábado – 70KM

7h – Início do 2º dia de pedal.

8h – Visitação com intervenção histórica no Cerro do Inhacurutum.

  • Intervenção cultural com Iraci Luft – “Nnheçu”

12h – Almoço Comunidade Boa Esperança.

15h30 – Registro fotográfico no Pórtico de São Pedro do Butiá

19h – Jantar e pernoite na residência do Sr. José Luiz  e Dona Júlia na Figueira/Rolador.

  • Intervenção espiritual  com Irmão Celso Schneider
  • Intervenção cultural com Artur Bernardo.

 

28/09– Domingo – 60 KM 

7h – Início do 3º dia de pedal.

8h – Intervenção histórica no Sítio Arqueológico Candelária do Caaçapamini.

9h15 – Registro na Praça Municipal do Rolador

10h30 – Visitação à Casa de Pedra da Família Kliemann.

12h – Almoço no Esporte Clube São Luiz em Mato Queimado.

15h – Intervenção histórica: Monumento aos Santos Mártires – Praça Municipal de Caibaté.

17h – Santuário do Caaró – Encerramento oficial da 6ª Trilha de Bike.

As inscrições podem ser feitas pelo Instagram da Trilha dos Santos Mártires ou pelo telefone (55) 9815-7954.

Fonte: Rádio São Luiz

Expo São Luiz 2025 terá trabalho intenso de limpeza com foco na sustentabilidade

Foto: Evelise Oliveira/Rádio São Luiz

A limpeza do Parque de Exposições do Sindicato Rural é uma das prioridades da organização da Expo São Luiz 2025. Responsável pelo setor, o empresário Thiago Vieira participou nesta segunda-feira, 15 de setembro, do programa Olho Vivo e descreveu a preparação para a feira que acontece de 1° a 5 de outubro. Além disso, os materiais recolhidos são reciclados e os valores divididos entre os colaboradores.

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Segundo Thiago, a equipe para atuar na Expo é composta por cerca de 40 pessoas que começam a trabalhar por volta das 6h e seguem até depois dos shows. “Faz parte de todo um processo e coletivo, dependemos do pessoal dos pavilhões e do sindicato. Eles nos dão muito suporte”, explica o gestor da “Ecos Limpeza”, junto com Lucas Melo.

Thiago enfatizou a importância de promover a sustentabilidade e valorizar o trabalho dos funcionários durante o evento. Durante os dias de feira, cerca de 100 tonéis para descarte de resíduos estarão distribuídos pelo parque para atender a demanda do fluxo de pessoas. Segundo o empresário, a intenção é cada vez mais expandir e aprimorar os serviços de limpeza.

Confira a entrevista na íntegra no Facebook da Rádio São Luiz.

Fonte: Rádio São Luiz

Conservação e restauração são caminhos para produzir alimentos em equilíbrio com a natureza

Foto: Acervo DUC/SEMA-RS

Combinar conservação com restauração é uma alternativa para produzir alimentos em equilíbrio com a natureza, principalmente, em um contexto de mudanças climáticas. No quinto e último episódio da série “Do Clima ao Campo“, da Rádio São Luiz, especialistas e produtores descrevem a importância de adotar estratégias ecológicas no campo, diversificar culturas e valorizar os saberes dos povos originários do Pampa.

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A agroecologia ou agricultura orgânica é uma das alternativas para se produzir de forma mais equilibrada. Henrique Braun Schneiders é produtor rural do Distrito de Santa Inês, no interior de São Luiz Gonzaga. Há cinco anos, ele passou a fazer parte de um grupo de produtores de agricultura orgânica certificada na região das Missões. “O principal é compreender a vida da propriedade, como se dá a vida do solo, das plantas”, destaca ele, sobre a produção agroecológica.

Professor de Gestão Ambiental da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Rafael Cruz defende a importância de repensar alguns aspectos sobre a forma de produzir, reduzindo a dependência da mecanização e de insumos químicos. Ele também defende políticas públicas para estimular a permanência das famílias no meio rural.

“A transição agroecológica na situação da mudança climática é uma questão de responsabilidade socioambiental. A nossa Constituição diz que a propriedade da terra tem responsabilidade socioambiental, só que isso não está regulamentado no nosso sistema de financiamento”, aponta Rafael. Para o professor da Unipampa, é necessário criar linhas de financiamento para estimular pequenos produtores a adotarem, por exemplo, sistemas agroflorestais de plantio.

Engenheira florestal e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ana Paula Rovedder trabalha com restauração ecológica de ecossistemas e dá exemplos de alternativas para preservar o Pampa gaúcho. Segundo ela, a preservação ambiental é essencial também como forma de preservar o legado cultural do bioma, responsável por formar a identidade gaúcha.

“Uma das principais riquezas do Rio Grande do Sul são serviços ecossistêmicos prestados pelo campo nativo. Nós também temos que conservar o próprio potencial produtivo da pecuária do Pampa, criando, inclusive, selos de origem”, aponta Ana Paula. Ela também comenta sobre a importância de incluir nas discussões e ouvir os povos tradicionais do Pampa, como comunidades indígenas, quilombolas, ciganos, benzedeiras, pomeranos, além dos próprios pecuaristas e agricultores familiares.

Confira o quinto episódio da série “Do Clima ao Campo” na íntegra:

Confira também os episódios anteriores:

Episódio 1 – O que são as mudanças climáticas e como elas afetam o Rio Grande do Sul e as Missões?

Episódio 2 – As principais ameaças à biodiversidade gaúcha e estratégias para preservação ambiental

Episódio 3 – A pecuária familiar nas Missões e os cuidados com o solo no Pampa

Episódio 4 – Agricultura familiar e estratégias para produzir e cuidar do solo diante de extremos do clima

Fonte: Rádio São Luiz

O papel da agricultura familiar e do cuidado com o solo diante de extremos climáticos

Foto: Fernando Dias/SEAPI-RS

A agricultura familiar é uma das atividades mais tradicionais na região das Missões e no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos no campo tem sido fortemente afetadas pelos extremos climáticos. No quarto episódio da série “Do Clima ao Campo”, da Rádio São Luiz, são apresentadas alternativas para a agricultura no contexto de mudanças climáticas, principalmente no tratamento do solo.

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Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), disponíveis no Painel do Agronegócio, mostram que existem mais de 360 mil estabelecimentos agropecuários no Rio Grande do Sul. Mais de 60% deles possuem menos de 20 hectares. Segundo a classificação do Censo, 80,5% dos estabelecimentos foram considerados como de agricultura familiar, com 25,3% de toda a área cultivada no Estado.

Mais de 716 mil pessoas trabalham com a agricultura familiar no RS, sendo a maioria em lavouras e pastagens. O estado também conta com 1.573 agroindústrias familiares. Na região das Missões, os dados indicam a existência de pelo menos 74 agroindústrias onde trabalham cerca de 38 mil pessoas.

Professora da UERGS São Luiz Gonzaga, Rosicler Backes lista algumas estratégias que podem ser adotadas para produzir de modo mais resiliente, como diversificar culturas e aumentar a cobertura permanente do solo. “Quando se está conservando o solo, se está conservando água também. E esses são dois recursos indispensáveis para a vida na Terra. O solo é a base para produção de alimentos e a sustentação de toda essa biodiversidade que nós temos. sendo responsável pelo ciclo da água e, logo, pela regulação do clima”, explica.

Para Eduardo Martins, presidente do Grupo de Agricultura Sustentável (GAAS), o cuidado com o solo é essencial para manter as características biológicas do solo. Uma das alternativas trabalhadas pelo grupo é reduzir o uso de insumos químicos e da mecanização pesada sobre o solo, técnicas que prejudicam o sistema vivo da terra e sua capacidade de reter água, por exemplo.

Uma das estratégias para trabalhar a conservação do solo no Rio Grande do Sul e nas Missões é o Programa Operação Terra Forte, com investimento de R$300 milhões do Fundo de Reconstrução do RS (Funrigs). “Vai nos possibilitar fazer um olhar para a questão do solo que é a base da produção”, explica Dante Trindade, chefe do escritório da Emater RS/Ascar São Luiz Gonzaga.

Confira o episódio na íntegra:

Fonte: Rádio São Luiz

Iniciada nas Missões, pecuária familiar pode ser chave para preservação do Pampa e resiliência climática

Foto: Divulgação/Emater-RS Ascar

A pecuária familiar é uma das atividades mais tradicionais na região das Missões e no Rio Grande do Sul. Os jesuítas foram os responsáveis por introduzir o gado no território gaúcho no século XVII e, com o tempo, a atividade se consolidou, principalmente no Pampa. No terceiro episódio da série “Do Clima ao Campo”, da Rádio São Luiz, especialistas e produtores descrevem o papel da pecuária familiar para a preservação da biodiversidade e para a resiliência climática no Rio Grande do Sul.

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Biólogo e consultor ambiental, Eduardo Vélez explica que a pecuária se adaptou bem com os campos nativos do Pampa e, por isso, a atividade possui menor impacto nas características desse bioma, o que contribui para sua preservação. “Quando a gente tem a vegetação campestre nativa em uma determinada área de determinada paisagem, temos uma melhor infiltração da água no solo”, complementa.

Nesse contexto, a pecuária ajuda no cuidado com o solo, um dos aspectos chave para a mitigação de eventos extremos de chuva e seca. Professora da UERGS São Luiz Gonzaga, Rosicler Backes explica que esses fatores possuem impacto na fertilidade do solo e, consequentemente, também na produção agrícola no campo. “A biodiversidade microbiana e a disponibilidade de nutrientes é essencial para manter a capacidade de retenção de água no solo”, pontua ela.

Chefe do escritório da Emater RS/Ascar em São Luiz Gonzaga, Dante Trindade ressalta a importância de trabalhar técnicas como o pastoreio rotativo e o piqueteamento, como alternativas para a pecuária familiar nos campos nativos, de forma a integrar a produção com a preservação da biodiversidade.

Agnaldo Barcelos, tesoureiro da Fetag-RS (Federação de Trabalhadores Familiares do Rio Grande do Sul) e pecuarista familiar, ressalta a importância da conscientização dos produtores em temas como a resiliência climática e o manejo adequado do solo. “A agricultura e a pecuária familiar podem ser parte fundamental da resposta ao enfrentamento e às novas adequações que nós precisamos fazer enquanto sociedade, enquanto condição de produção de alimentos no Rio Grande do Sul”, ressalta ele.

Confira o terceiro episódio da série “Do Clima ao Campo”:

Episódio 1: Mudanças climáticas afetam regime de chuvas na região das Missões e no RS

Episódio 2: Preservação dos biomas gaúchos ajuda a mitigar eventos extremos 

Fonte: Rádio São Luiz

Preservação dos biomas gaúchos ajuda a mitigar eventos extremos

Campos nativos do Pampa – Foto: Diego Pereira/Sema-RS

O Pampa e a Mata Atlântica são os dois biomas presentes no Rio Grande do Sul. A região das Missões fica em uma área de transição entre eles, mas na maior parte do Estado, o Pampa é o bioma que predomina, ocupando aproximadamente 69% do território gaúcho. No segundo episódio da série “Do Clima ao Campo”, da Rádio São Luiz, são descritos os desafios e as ameaças à preservação da biodiversidade gaúcha, assim como os benefícios da preservação ambiental no contexto de mudanças climáticas.

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Preservar a vegetação nativa possui ligação direta com a mitigação de eventos extremos de chuva e seca, principalmente, devido a capacidade dos ecossistemas em reservar a absorver água. No caso do Pampa, a principal característica do bioma são os campos nativos. Porém, desde 1985, o Pampa perdeu 3,8 milhões de hectares de vegetação, segundo dados do MapBiomas.

Biólogo e consultor ambiental, Eduardo Vélez explica que é preciso adaptar a maneira de lidar com os biomas diante das mudanças climáticas e de eventos extremos. “Temos que entender que a vegetação nativa é nossa aliada e desenvolver maneiras mais inteligentes de conviver com ela, porque a vegetação nativa é protetora, inclusive, da produção agrícola”, pontua, ao mencionar o papel da polinização para o desenvolvimento de plantas e culturas agrícolas.

O avanço de monoculturas é o principal fator que afeta os campos nativos do Pampa. Além disso, o bioma é o menos protegido do Brasil, com apenas cerca de 3% da sua área está protegida por unidades de conservação. Um dos reflexos da transformação do Pampa é a perda da capacidade do solo em reservar água. 

Professor de Gestão Ambiental na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Rafael Cabral Cruz aponta que a tendência é de que o intervalo entre períodos de chuva aumente no Rio Grande do Sul, com precipitações mais intensas em pouco tempo. 

“E a chave para mitigar impactos dessa mudança climática nas nossas bacias hidrográficas é, portanto, aumentar o armazenamento de água na terra. Isso só é possível aumentando a profundidade de raízes, ocupando essa profundidade de raízes”, comenta Rafael. Segundo ele, é necessário estimular a transição agroecológica e a diversificação de culturas agrícolas.

Confira o episódio completo:

Fonte: Rádio São Luiz

Cerca de 270 produtores da região participam do projeto “Recuperação de Biomas” da Fetag-RS

Projeto trabalha com o manejo de campos nativos do Pampa – Foto: Taís de Souza da Silva/Fetag-RS

Produtores rurais de São Luiz Gonzaga e de outros municípios da região farão parte do projeto “Recuperação de Biomas”, coordenado pela Fetag-RS (Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul). Nesta semana, a entidade promove uma série de encontros em municípios da região para apresentar a iniciativa que tem como foco o manejo conservacionista dos campos nativos do Pampa.

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Ao todo, serão 274 beneficiários do projeto, divididos em dois grupos na região. Eles receberão assistência técnica e participarão de atividades formativas e educativas, com foco na sustentabilidade ambiental e financeira das propriedades da pecuária e agricultura familiar no RS. O projeto é uma parceria da Fetag-RS, com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e, nesta edição, conta com apoio da RGE.

O primeiro encontro do “Recuperação de Biomas” acontece nesta segunda (18/08) em Itacurubi, às 14h. Depois, às 17h será em Bossoroca. Nesta terça-feira (19/08), acontece a reunião com os produtores em Santo Antônio das Missões e, em São Nicolau, neste último, com participação de beneficiários de Dezesseis de Novembro e Pirapó. Na quarta-feira, às 9h, São Luiz Gonzaga recebe o evento que terá também produtores de Rolador e Roque Gonzales.

“Esses produtores serão assistidos ao longo de 34 meses do projeto e que tem como eixo central manejar o campo de forma diferenciada, conseguir, com isso, preservar o meio ambiente e agregar renda nestas propriedades”, explica Agnaldo Barcelos, tesoureiro da Fetag-RS e pecuarista familiar de Santo Antônio das Missões. O objetivo do projeto é fazer com que os produtores sejam também agentes de preservação do Pampa.

Preservação e resultados

Na primeira fase do projeto, iniciada em 2018, foram 800 mil mudas compensadas e 2.100 hectares de área recuperadas, em 438 propriedades familiares no RS, incluindo produtores de Santo Antônio das Missões e Garruchos. Na nova edição, estão cadastradas famílias de Itacurubi, Bossoroca, Santo Antônio das Missões, Garruchos, São Nicolau, Dezesseis de Novembro, Pirapó, Roque Gonzales, São Luiz Gonzaga e Rolador.

“O produtor indica uma área de 5 hectares da sua propriedade que tem a campo nativo. Nós fazemos uma análise de solo e um diagnóstico das questões socioambientais da propriedade, inclusive do número de rebanho, de qual é o manejo que o produtor utiliza. E a partir disto, já na segunda visita, nós viemos com algumas propostas”, explica Agnaldo Barcelos, sobre o desenvolvimento das ações.

O tesoureiro da Fetag-RS ressalta que, além de melhorar a capacidade de preservação dos campos nativos, o projeto contribui para mitigar os eventos extremos de chuva e seca que afetam a produção rural. “Uma lavoura bem manejada resiste mais nos períodos que falta chuva ou consegue infiltrar melhor nos períodos de excesso de chuva. No campo, a lógica é a mesma, se conseguirmos manejar o campo com boas condições, ele vai ser mais resiliente”, complementa Agnaldo.

Fonte: Rádio São Luiz

Rádio São Luiz lança série “Do Clima ao Campo” sobre impactos das mudanças climáticas nas Missões

Foto: Canva

Rádio São Luiz lança nesta quinta-feira, 14 de agosto, a série “Do Clima ao Campo” sobre os impactos das mudanças climáticas na região das Missões. Ao longo de cinco episódios, diversos especialistas e pessoas envolvidas com o tema vão abordar aspectos que envolvem um dos principais desafios contemporâneos da sociedade: como lidar com os eventos extremos e produzir alimentos com resiliência climática? O primeiro episódio será reproduzido às 9h05 no programa Olho Vivo.

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A série terá como um dos focos a pecuária e a agricultura familiar no Rio Grande do Sul e na região, duas das principais atividades econômicas afetadas pelas adversidades do clima. As mudanças climáticas são descritas por diversos cientistas como consequências da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera pelas ações humanas, resultando no desequilíbrio, por exemplo, dos regimes de chuva e seca em diversas regiões do planeta.

Na região das Missões, as secas e chuvas extremas têm causado diversas perdas na produção agrícola e afetado a vida no campo e nas cidades. Por meio da série, a Rádio São Luiz busca estimular o debate em torno das alternativas possíveis para lidar com esse contexto, em diálogo com associações ligadas ao setor, especialistas e saberes tradicionais, como a agroecologia.

Os episódios serão reproduzidos nas terças e quintas no programa Olho VIvo, até o final do mês de agosto. O segundo episódio terá como foco as ameaças à biodiversidade gaúcha, principalmente no Pampa, e estratégias para a preservação e cuidado do solo. O terceiro episódio terá como foco a pecuária familiar e, o quarto, a agricultura familiar no contexto das mudanças climáticas. O quinto e último episódio vai abordar as alternativas para a resiliência climática.

Fonte: Rádio São Luiz

Projeto permanente de educação ambiental será implementado nas escolas de São Luiz Gonzaga

Reunião inicial discutiu criação do projeto de educação ambiental – Foto: Divulgação/Prefeitura de São Luiz Gonzaga

Um projeto de educação ambiental permanente será construído pela Secretaria de Educação e pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade para ser implementado na rede de ensino de São Luiz Gonzaga. A intenção é inserir atividades de conscientização ambiental e cuidado do meio ambiente no calendário escolar a partir de 2026, porém, algumas ações já serão executadas no segundo semestre deste ano.

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Em entrevista à Rádio São Luiz FM 100.9, Nara Mendes, secretária de Educação, explicou detalhes da iniciativa e o cronograma de construção do projeto. Uma das sugestões apresentadas durante encontro com o secretário de Meio Ambiente, Marcelo Gamarra, foi incluir os estudantes nas ações do projeto Bairro Cidadão, por exemplo, em mutirões de limpeza e separação correta do lixo.

Ás vezes, uma pequena prática dentro de uma escola, dentro de um ambiente escolar, faz uma diferença muito grande na vida de uma criança e dentro da comunidade onde ela está inserida”, pontuou Nara Mendes, sobre a importância da iniciativa diante do contexto de mudanças climáticas e do impacto do meio ambiente na vida das pessoas. Segundo ela, a intenção é envolver professores e demais equipes das escolas na elaboração do projeto.

Como parte das primeiras ações da parceria entre as pastas, o secretário de Meio Ambiente vai visitar as escolas do município. “A gente sempre está fazendo reuniões e tentando, de uma forma ou outra, sermos parceiros. Porque temos que estar unidos”, afirmou, sobre o diálogo com as demais secretarias do município.

Fonte: Rádio São Luiz

Marcelo Gamarra assume Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de São Luiz Gonzaga

Marcelo Gamarra – Foto: Evelise Oliveira/Rádio São Luiz

O microempresário e eletricista Marcelo Gamarra assumiu nesta terça-feira, 2 de julho, a nova Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) de São Luiz Gonzaga. Em entrevista à Rádio São Luiz FM 100.9, Marcelo descreveu os objetivos da pasta e a intenção de trabalhar em conjunto com outras secretarias e de estabelecer parcerias público-privadas (PPPs).

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Natural de São Paulo das Missões, Marcelo trabalha no ramo da construção civil há mais de 40 anos, atuando também como eletricista predial e residencial. Há mais de 10 anos atua com causas ambientais e diferentes projetos sociais, tendo sido idealizador do projeto voluntário “Cidade Limpa”, criado em 2017 para promover mutirões de limpeza em bairros da cidade.

Em 2019, ele recebeu o prêmio Destaque Ecológico José Lutzenberger em 2019 na Câmara Municipal de São Luiz Gonzaga pelos serviços prestados em São Luiz Gonzaga. Marcelo ressaltou que já tem feito contato com entidades e outros secretários para dialogar. “Se não estiver meio ambiente saudável, não vamos ter saúde”, exemplificou, sobre a relação com outras áreas.

O novo secretário mencionou também a importância da educação ambiental, principalmente com relação ao descarte correto de resíduos. “Com essas parcerias, vamos limpar novamente a cidade e educar a população”, afirmou. Sobre a coleta seletiva, a intenção é formar uma comissão e visitar cidades que já fazem esse trabalho para conhecer alternativas para implementar a coleta no município.

Marcelo respondeu sobre as normas para poda de árvores na cidade. Segundo ele, as decisões serão tomadas de modo técnico, considerando a importância de defender o meio ambiente. Outros pontos abordados foram a notificação de proprietários de terrenos baldios em caso de necessidade de limpeza desses locais, e uma reunião prevista nesta semana para discutir as possibilidades de implementação do castra-móvel em São Luiz Gonzaga.

Fonte: Rádio São Luiz

Dia Mundial do Meio Ambiente: um tema cada vez mais presente no cotidiano dos missioneiros

foto colorida do rio inhacapetum ao pôr do Sol

Pôr do Sol no Rio Inhacapetum- Foto: Divulgação/API

Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma forma de conscientizar a sociedade para a defesa e preservação da natureza. Em São Luiz Gonzaga e na região das Missões, o tema ambiental tem estado cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. Ondas de calor, chuvas extremas e secas revelam os impactos da degradação do meio ambiente e trazem consequências para a saúde, economia e a própria natureza regional.

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A intensificação de eventos extremos de estiagem e chuva está ligada diretamente às mudanças climáticas, decorrentes de ação humana no planeta. Cientistas alertam há anos sobre os riscos do desmatamento, da poluições e outros problemas ambientais para as condições de vida, conforme mostram os relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), uma das principais organizações que estudam o tema.

“Nós temos chuvas secas mais prolongadas, chuvas mais volumosas e temperaturas que oscilam de forma bastante violenta. Então, é importante que a gente trabalhe as questões do meio ambiente, não só na Semana do Meio Ambiente, mas ao longo do ano todo”, aponta Rafael Meirelles, professor de Agronomia na UERGS São Luiz Gonzaga.

Rafael recorda dos anos consecutivos de estiagem que a região enfrentou e o impacto nas culturas agrícolas, com a necessidade de adaptação das plantas ao clima extrema. “É um momento em que, pela primeira vez, os ambientalistas e o setor produtivo estão tentando falar a mesma língua”, comenta, sobre a urgência de tornar a agricultura mais equilibrada, resiliente e sustentável.

A defesa dos rios

Uma das iniciativas da região responsáveis pela defesa do meio ambiente é a Associação Preserva Inhacapetum (API). Criada há quase quatro anos, a entidade trabalha na preservação do curso de água do Rio Inhacapetum, que atua como divisor entre os municípios de São Miguel das Missões, Bossoroca e Capão do Cipó. Atualmente, a API conta com 50 associados, incluindo pessoas de diversos municípios.

“Ele não é um rio ainda poluído. E por isso as pessoas às vezes nos perguntam, por que a gente criou a Associação? É justamente para a gente manter esse manancial da mesma forma como nós recebemos“, explica João Luis Furtado, presidente da API. Entre as ações diretas realizadas pela entidade estão a soltura de alevinos e o plantio de mudas de árvores no entorno do rio, para fortalecer as matas ciliares.

Nesta Semana do Meio Ambiente, a Preserva Inhacapetum vai realizar um seminário com estudantes de escolas municipais e estaduais de São Miguel das Missões. João Luis conta que a ação faz parte de um projeto aprovado pelo Condema (Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente) de São Miguel das Missões para confeccionar e instalar placas com frases de conscientização ao longo do Rio. “Os alunos estarão nos ajudando a definir essas frases que estarão nessas placas de aço galvanizado”, complementa.

O presidente da API lembrou que o Inhacapetum, assim como o Rio Piratini, sofreu com a estiagem no início deste ano, com a diferença que no primeiro não existe tanta retirada de água para irrigação. João Luis também detalhou um convênio com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para fazer estudos técnicos no Inhacapetum. “Nós queremos saber o que precisamos fazer para manter as nascentes e as margens, enfrentando o problema dos assoreamentos”, disse.

As abelhas e a polinização

Em suas pesquisas, Rafael Meirelles trabalha com apicultura e meliponicultura e observa os impactos das mudanças climáticas nesses setores. De acordo com ele, a produção de mel no Rio Grande do Sul sofreu nos últimos anos com quebras de safra, ora por conta do calor e da seca, ora por conta do excesso de chuva.

“Essas mudanças que nós temos visto têm afetado as abelhas de forma que elas não conseguem sequer realizar a sua função ecossistêmica de tornar os sistemas mais resistentes e mais produtivos”, explica o professor da UERGS. Uma das principais funções desses insetos é a polinização, necessária para o desenvolvimento de diversas plantas e cultivares.

Rafael também cita a dificuldade de trabalhar o tema ambiental com adultos. Ele lembra de um episódio após a micro-explosão atmosférica que atingiu São Luiz Gonzaga e gerou uma onda de poda de árvores. “Muita gente acabou colocando nas árvores a culpa pela destruição, mas as árvores, na verdade, salvaram as casas de uma destruição maior ainda, porque elas servem como quebra-vento”, pondera.

Fonte: Rádio São Luiz

Promotora explica trabalho para estimular destinação adequada do lixo eletrônico na região

Foto: Freepik/Ilustrativa

A promotora de Justiça Regional Ambiental Paula Regina Mohr concedeu entrevista nesta quinta-feira, 8 de maio, para explicar detalhes sobre as ações da promotoria para orientar os municípios na coleta e destinação adequada de lixo eletrônico. Desde 2021, a Promotoria de Justiça Especializada de Santo Ângelo tem mantido contato com os 34 municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí para coordenar a destinação desses materiais.

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De acordo com Paula, o trabalho envolve principalmente a visita e o diálogo com as prefeituras para abordar o tema da destinação do lixo eletrônico. “Às vezes, esses materiais ficam jogados em meia à vegetação, ou misturado no próprio lixo doméstico, o que acaba gerando um custo bem alto para os municípios“, explica.

Neste ano, a promotoria tem priorizado as visitas em municípios onde houve troca de gestão, para orientar os novos administradores. “O objetivo é aumentar o volume de lixo eletrônico que é destinado para o local adequado”, pontua Paula. Na região, a maioria das cidades trabalha em parceria com a empresa Natusomos, de Horizontina, como ocorre, por exemplo, em São Luiz Gonzaga com campanhas de recolhimento de lixo eletrônico.

Conforme apontou a promotora, desde o início do projeto houve um aumento nesse volume destinado. Dados divulgados no ano passado pelo Ministério Público mostraram um crescimento de 270% até 2023. Paula reforçou também que a destinação incorreta, além de prejudicar o meio ambiente, aumenta o gasto que cada município tem de pagar por depositar materiais em aterros.

Em parte das cidades, a coleta é feita em mutirões em que a população é chamada para levar os materiais eletrônicos que possuem a determinado local. “Outros municípios possuem ecopontos, onde a população traz o lixo eletrônico para o município diariamente ou uma vez por semana, depende do município”, complementou a promotora. Nesses últimos casos, geralmente é feito um acordo com a empresa para disponibilização de um contêiner para coleta.

Fonte: Rádio São Luiz

Um ano depois: reconstrução do Rio Grande do Sul após enchentes segue como desafio

Ações de reconstrução em Muçum, uma das cidades mais afetadas pelas enchentes no Vale do Taquari – Foto: Maurício Tonetto/Secom-RS

O Rio Grande do Sul enfrenta diferentes desafios para a reconstrução de sua infraestrutura e a adaptação para lidar com eventos climáticos extremos. Há um ano atrás, o Estado enfrentou enchentes históricas que atingiram 478 dos 497 municípios gaúchos. Na região, as cidades mais atingidas, na época, foram Jaguari e Santiago, mas diferentes locais registraram problemas relacionados a alagamentos e problemas em estradas rurais.

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Estudo feito pela Agência Nacional de Águas e Esgoto (ANA) confirmou que as inundações de 2024 foram as piores da história do RS. Cerca de 2,4 milhões de pessoas foram afetadas, com 184 mortes confirmadas e 25 pessoas ainda desaparecidas. No momento mais grave, cerca de 80 mil pessoas chegaram a ficar em abrigos.

Cidades de diferentes regiões, como Vale do Taquari, Serra Gaúcha, Região Central e Metropolitana tiveram danos severos. Muitos bairros foram destruídos e estimativas indicam que 100 mil residências foram impactadas, Além disso, 13,7 mil quilômetros de estradas sofreram estragos no Rio Grande do Sul.

Segundo dados da Defesa Civil do RS, até 30 de abril, 368 pessoas seguiam em nove abrigos, espalhados por oito diferentes municípios do Estado. Além dos impactos humanos, sociais e de infraestrutura, as enchentes causaram perdas para diversos setores da economia.

Levantamento da Emater RS/Ascar apontou que 9.158 localidades e mais de 200 mil propriedades rurais foram afetados pelo desastre. Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado em julho do último ano, estimou em R$ 58 bilhões as perdas econômicas ao Estado, com um impacto total de R$97 bilhões para a economia brasileira.

Reconstrução

O desastre socioambiental levou a uma mobilização de solidariedade, incluindo, diversas doações enviadas por entidades e pessoas da região das Missões para as áreas mais afetadas. Além disso, como resposta à situação de calamidade, o governo estadual criou o Plano Rio Grande (Programa de Reconstrução, Adaptação e Resiliência Climática do Rio Grande do Sul).

Balanço feito pelo governo federal indica que R$ 111,6 bilhões já foram investimentos no estado. No âmbito do Executivo do RS, o valor já destinado para a reconstrução está estimado em R$ 8,3 bilhões. Porém, projetos de infraestrutura e melhoria da proteção das cidades contra eventos extremos continuam pendentes.

Levantamento feito pela Agência Pública em abril, mostrou que apenas 21% dos 121 projetos do Plano Rio Grande foram concluídos.  A análise mostrou que 60% estavam “em andamento” ou “em execução”, mas com poucos detalhes do que isso representa. Outros 18 projetos estão em planejamento ou em contratação e dois ainda não foram iniciados.

Fonte: Rádio São Luiz

Leo Vargas explica projetos e lançamento do movimento “Eles por Elas” em São Luiz Gonzaga

Vereador Leonardo Vargas (PT). Foto: Arquivo/Rádio São Luiz

O vereador Leonardo Vargas (PT) participou nesta terça-feira, 29 de abril, do programa Olho Vivo. Na entrevista, Leonardo abordou projetos aprovados no legislativo, como a lei de proteção à abelhas nativas e a moção de apoio pelo fim da escala 6×1. Outro tema comentado foram as medidas pelo fim da violência contra a mulher.

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Leo Vargas comentou sobre a sanção no início deste mês da Lei 6.901/2025, que estabelece a proteção das abelhas nativas em São Luiz Gonzaga, elaborado em parceria com Rafael Meirelles, professor da UERGS. “Vai ser feita a fiscalização no âmbito urbano e rural”, explicou, sobre a aplicação da legislação.

Em relação à moção de apoio ao fim da escala 6×1, o vereador citou o projeto que tramita a nível nacional para determinar o final do regime de seis dias de trabalho e apenas um de descanso. “Busca uma qualidade de vida melhor para o trabalhador. Porque se fosse trabalha de segunda a sábado, no domingo vai ter de resolver as coisas da casa e não dá tempo de descansar”, comentou.

Segundo ele, já existem de outros países, como Holanda, Dinamarca e Alemanha, onde já foram adotadas jornadas menores de trabalho, como a escala de 5×2. Leo reforçou que a moção teve apoio unânime e serve para pressionar o Congresso Nacional.

O vereador também foi responsável por lançar no município o movimento “Eles por Elas”, uma campanha global criada pela ONU (Organização das Nações Unidas). O objetivo da iniciativa é envolver homens e meninos em ações para promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres.

Na entrevista, Leo mencionou o aumento da pena para a violência contra a mulher, como um dos fatores que pode diminuir o número de casos. “O movimento vai buscar, através de informação e conscientização, a mobilização da sociedade. Iremos a escolas, porque acreditamos que na educação vamos conseguir conscientizar”, explicou o vereador. De acordo com ele, a intenção é trabalhar em parceria com entidades locais.

Confira a entrevista na íntegra no Facebook da Rádio São Luiz.

Fonte: Rádio São Luiz

Castramóvel aguarda inspeção veterinária para começar a funcionar, informa Laureano Castilho

Arquivo/Rádio São Luiz

O início dos trabalhos do castramóvel em São Luiz Gonzaga aguarda aval do Conselho de Veterinária. A informação foi repassada pelo vereador Laureano Castilho (MDB) após a sessão legislativa desta segunda-feira, 7 de abril. Na ocasião, Laureano também abordou outros assuntos, como a homenagem aos profissionais de segurança e os problemas decorrentes dos alagamentos no município.

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De acordo com Laureano, após a inspeção veterinária feita pela prefeitura, o castramóvel poderá entrar em funcionamento. “Não vamos resolver totalmente as situações, mas vamos minimizar, com certeza”, destacou o vereador, sobre a luta em defesa da causa animal e para reduzir o número de animais em situação de rua.

Na entrevista, o vereador enfatizou a importância de reconhecer o trabalho dos servidores da segurança pública. “Muitas vezes as pessoas criticam, mas não sabem que eles estão ali até dando a vida, muitas vezes, para defender nós que estamos descansando”, afirmou.

Outro assunto comentado por Laureano foi em relação aos problemas de escoamento da água e drenagem urbana em São Luiz Gonzaga. Segundo ele, a situação já foi levada à Secretaria de Obras e demanda o apoio da comunidade para buscar soluções.

Fonte: Rádio São Luiz